Com quedas na arrecadação provocadas por um ano de crise econômica e atraso nos repasses do Estado e da União, os municípios da Serra ampliam medidas para conter despesas e até cancelam obras.
Em Farroupilha, a construção de duas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e de três escolas tiveram de ser paralisadas. De acordo com o secretário de Finanças, Benami Spilki, a previsão é que os trabalhos possam ser finalizados em 2016. Um impasse financeiro entre o governo federal e a empresa MVC para construir creches do Proinfância também prejudicou a abertura de vagas na educação infantil em cidades da região. Em Farroupilha, duas obras foram paralisadas e, em Caxias do Sul, oito escolas deixaram de ser executadas.
No maior município da Serra, outros projetos tiveram de ficar na gaveta por causa da falta de recursos. Conforme o secretário de Gestão e Finanças, Gilmar Santa Catharina, um deles é a construção de um ginásio poliesportivo no Parque da Festa da Uva. Além disso, a orientação é economizar em diárias, horas-extras e no consumo para manter a máquina pública em funcionamento. Mesmo assim, nenhuma obra iniciada teve de ser paralisada.
É uma situação parecida a que atravessa o segundo município mais populoso da Serra. Segundo o secretário de Administração de Bento Gonçalves, Ivan Toniazzi, nenhuma obra foi afetada. Mas um decreto publicado na semana passada proibe cursos que gerem despesas ao município, gastos com diárias e horas extras. Em caso de necessidade de trabalhar a mais que o horário contratual, é necessário pedir autorização prévia e haverá compensação de horas ao invés da remuneração. A exceção é para serviços essenciais como motoristas das Secretarias da Educação, Saúde e do Conselho Tutelar, além de coveiros, agentes de trânsito, garis e servidores do albergue.
Aliás, a redução de gastos se tornou praticamente uma regra nas prefeituras. Em Flores da Cunha, a contenção também é aplicada. Apesar disso, o secretário da Fazenda, Jorge Dal Bó, diz que essas medidas não são suficientes. Por isso, houve redução do ritmo de algumas obras como da UBS no Bairro União e da Casa da Cultura. Pavimentações de ruas também foram canceladas. A prioridade é manter os atendimentos de saúde. Segundo o secretário, todas as outras pastas, incluindo a Educação, tiveram orçamento cortado.