Quinze servidores da Secretaria de Infraestrutura, Obras e Serviços trabalham desde o início da manhã desta segunda-feira (9) para recolher o lixo da Avenida Nossa Senhora da Medianeira, em Santa Maria, após a 72ª Romaria. A prefeitura estima recolher 15 toneladas de lixo. O evento aconteceu no domingo (8).
Eram papéis, embalagens, garrafas jogadas ao longo de toda a via, mas principalmente em frente à Basílica da Medianeria. Havia também forte cheiro de urina.
Conforme o secretário adjunto da secretaria, Alexandre Brasil, um relatório quanto à situação está sendo finalizado para ser entregue ao prefeito Cesar Schirmer (PMDB). A previsão é que a entrega aconteça até quarta-feira (11).
Brasil adiantou que já há planejamento de medidas para evitar que o fato não volte a acontecer. São suas sugestões: terminar com a comercialização ao longo da avenida; e responsabilizar o comerciante que deixou o lixo no chão.
Caso seja a segunda sugestão a escolhida, para a próxima edição da Romaria, se pretende levar fiscais até a avenida para identificar quem jogar lixo no chão. Assim, o comerciante seria proibido de comprar lotes nas próximas edições. Os lotes são espaços que os comerciantes compram para vender produtos.
O titular da pasta, Tubias Calil, põe em questão o quão positivo é a comercialização ao longo da avenida.
"Nós recebemos no máximo R$ 20 mil pelo serviço. Gastamos cerca de R$ 5 mil para encher os cerca de quatro caminhões de lixo e descartar o material em algum lugar", aponta. "Será que vale a pena manter o comércio com a possibilidade de a avenida ficar suja desse jeito?", questiona.
Outro ponto levantado pelo secretário é a responsabilidade pelo descarte do lixo no chão. Para ele, acontecem duas festas: a pela manhã, protagonizada pelos romeiros, e a pela tarde, que é a do comércio. "Eu flagrei - e filmei - diversos ônibus de outros estados que trataram com descaso as ruas da cidade. Isso durante a tarde".
Moradores reclamam
A reportagem da Rádio Gaúcha conversou na manhã desta segunda com moradores da avenida e proprietários de estabelecimentos comerciais que reclamavam da condição do local.
De acordo com eles, nas outras edições o trabalho de limpeza começou em seguida que terminou o evento, por volta das 21h, mesmo horário que teve fim a edição deste ano. Conforme a prefeitura, por uma questão de contrato com a empresa terceirizada o trabalho não começou já ao fim do evento.
A prefeitura reitera que havia contêineres de lixo ao longo da avenida, o que não justificaria o descarte de material no chão.
A estimativa da Brigada Militar (BM) é que pelo menos 250 mil pessoas foram até a Romaria deste ano.