
José de Abreu, conhecido como Jack, assumiu no dia 1º de janeiro como novo secretário municipal da Habitação, no segundo mandato de Adiló Didomenico (PSDB).
Natural de Esmeralda, Jack mora em Caxias há 19 anos e já trabalhou em metalúrgicas, é líder comunitário há 12 anos e também dirigente sindical. Na manhã desta quinta-feira (23), José de Abreu participou do programa Gaúcha Hoje, da Rádio Gaúcha Serra, para falar sobre os planos e ações que pretende realizar durante a função. Confira a seguir:
Gaúcha Serra: No primeiro mandato do governo Adiló, as regularizações fundiárias foram as principais políticas na área de Habilitação, essa deve ser a linha também do segundo mandato e da sua gestão a frente da secretaria?
Jack: Com certeza, a regularização fundiária é uma das coisas mais importantes para as famílias. Essa é uma parte que hoje está mais com o Urbanismo, mas estamos fazendo um trabalho em conjunto com eles.
Como está estruturada a secretaria e como você pretende melhorar essa estrutura?
Hoje, temos os seguintes programas: o Habita Caxias, em que temos 227 casas que estão sendo construídas no Campos da Serra, no qual as famílias já estão sendo selecionadas. Temos também mais 440 apartamentos do programa Minha Casa, Minha Vida, com obras que começaram em março e as famílias serão selecionadas a partir dos 50% da obra sendo construída. Tem mais 140 lotes urbanizados no Loteamento Jardim Oriental, pretendemos atender famílias que estão em área de risco, como na Vila Sapo. Agora, também dentro desse programa, fomos contemplados com mais de 40 casas do governo do Estado, vamos atender às famílias que foram afetadas pela calamidade.
O prefeito Adiló, em diversos momentos, fala sobre a quantidade de pessoas chegando em Caxias do Sul, inclusive por conta da enchente de maio do ano passado. Essa demanda aumentou nos últimos tempos? Quão distante Caxias tá de suprir o déficit habitacional?
Veja bem, durante a chuva de maio e a situação de calamidade, a secretaria de Habitação foi a mais afetada de todas as secretarias da prefeitura, foi feito um trabalho muito bom com o secretário anterior e a gente pretende melhorar, ampliar alguns projetos, buscar (verbas) junto ao governo federal e ao governo estadual. Já fomos a Porto Alegre na semana passada, temos algumas agendas em Brasília, para trazermos recursos para suprir essas demandas. Ainda bem que temos um prefeito que já passou por várias situações de calamidade, já foi secretário e também vereador, entende bem como funciona a secretaria. Nós temos cerca de 6 mil famílias esperando uma casa em Caxias do Sul.
Com essa estática de 6 mil famílias, tem uma ideia de quanto isso cresce mês a mês?
Estamos fazendo um levantamento de tudo, então mês a mês não temos ideia, mas a gente sabe que a crescente é cada dia maior, inclusive por causa dessa questão da enchente, que o povo procurou muito Caxias do Sul.
É fundamental também buscar recursos federais para conseguir inverter essa tendência de déficit habitacional?
Com certeza, essa é uma das principais coisas que iremos fazer, estamos preparado para isso, conhecemos muito bem a Habitação, por conhecermos a realidade do povo, por ser líder comunitário e ser sindicalista conhecemos bem a realidade, e vamos tentar atacar justamente onde a população mais sofre, que é no déficit habitacional. Hoje nós temos vários bairros com área de risco e pretendemos fazer um trabalho de prevenção para não passar por tudo aquilo que passamos no passado, de sofrer calamidades e ficar sem saber como fazer isso para atender todas as famílias, pretendemos atacar o problema na raiz.
Como está hoje a fila de pessoas que aguardam atendimento no FunCap (Fundo da Casa Popular), que é administrado pela Secretaria de Habitação?
Essa é uma das principais situações que nos preocupa, estamos fazendo reuniões todas as semanas com o pessoal do FunCap para resolvermos essa situação. Temos uma fila realmente grande, mas a gente também está tomando algumas medidas para resolver o problema do déficit. Agora vamos conversar com as famílias, conscientizar as famílias de que o pagamento também é importante para também podermos estar atendendo outras pessoas. Não tenho dúvida de que vamos reduzir isso e o nosso objetivo principal é chegar próximo a zerar esse déficit.
Dessas 6 mil famílias que aguardam por casas, quantas estão morando em áreas de risco, que precisariam ser retiradas? Ou todas moram em áreas assim?
Não são todas que moram nessas áreas assim, temos alguns bairros, como, por exemplo, Cânyon, Vila Ipê, Monte Carmelo e Portinari, existem vários bairros que têm pessoas em situação de risco. Estamos buscando atender isso, é uma das principais coisas que queremos fazer, é retirar para evitar um desastre igual aconteceu em Galopólis, vamos atacar muito nisso e estamos preparados, nós temos uma equipe muito boa. Nosso objetivo é resolver o problema da população de Caxias do Sul.