Enquanto buscam as causas do acidente que matou cinco pessoas no fim de semana, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Rio Negrinho e a Polícia Civil de Corupá, responsáveis pela apuração inicial da batida que ocorreu no fim de semana no km 92 da BR-280, na região Norte do Estado, querem esclarecer mais três situações que envolvem o ônibus de turismo que atingiu de frente um CrossFox de Guaramirim.
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Depois do motivo da batida, a segunda situação diz respeito aos passageiros. Segundo a PRF, não estão coincidindo os nomes e a quantidade de pessoas que estavam na lista com as que estavam no veículo no momento do acidente. Essa situação será levada à Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT).
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A terceira é uma espécie de comodato, que funcionava assim: o ônibus era regularizado pela empresa Miro Turismo junto à ANTT mas, na prática, era usado por Nair Teixeira, proprietária do veículo.
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Segundo o dono da empresa, Claudemir Machado, Nair usava o CNPJ e as notas da Miro Turismo para poder atuar e fazer o transporte de passageiros, já que ela só tem um veículo e seria preciso ter pelo menos dois para registrar, junto à agência fiscalizadora, uma empresa de transportes. O nome Pfes Turismo identifica o veículo.
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E o quarto ponto que precisa ser esclarecido é o motivo pelo qual o ônibus foi desviado da rota informada à ANTT, passando pela serra da BR-280, entre Corupá e Jaraguá do Sul. Segundo a PRF, o motorista teria desviado para evitar a fiscalização. A batida provocou a morte no local de Izenia Firmino, 60 anos, passageira do ônibus, e de quatro ocupantes do CrossFox, todos da mesma família.
O boletim de ocorrência que ainda está sendo produzido pela PRF será o ponto de partida para a investigação criminal. A PRF deve entregar uma cópia do documento para a Polícia Civil e outra para a ANTT. O delegado Adriano Spolaor já abriu um inquérito na Polícia Civil e pediu uma perícia no ônibus. Ele também quer ouvir passageiros e testemunhas.
- Com a perícia e a investigação, será possível saber se se houve mesmo alguma falha mecânica, alguma negligência dos donos da empresa ou falha humana - diz o delegado.
Confira os próximos passos:
1) A PRF deve concluir o boletim de ocorrência nos próximos dias e entregá-lo à Polícia Civil e à ANTT.
2) A Polícia Civil já abriu um inquérito e pediu ao Instituto Geral de Perícias (IGP) que faça a perícia no ônibus e no local do acidente. A perícia vai determinar a causa do acidente. Esse trabalho deve durar em torno de uma semana.
3) Caberá à Polícia Civil, também, concluir um inquérito que poderá responsabilizar criminalmente os responsáveis pelo acidente. O inquérito tem prazo mínimo de 30 dias, mas pode ser prorrogado.
Veja fotos do local do acidente:
Tragédia
Investigação busca respostas para quatro situações envolvendo acidente que matou cinco pessoas em Corupá
PRF de Rio Negrinho e Polícia Civil de Corupá são responsáveis pela apuração inicial da batida
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