O Tribunal de Justiça do Estado (TJ-RS) calcula prejuízo de R$ 1,5 milhão devido ao alagamento causado pelo temporal que atingiu Porto Alegre na semana passada. Sistemas elétrico e de refrigeração do prédio do órgão, que fica na esquina das avenidas Borges de Medeiros e Aureliano de Figueiredo Pinto, no bairro Praia de Belas, foram comprometidos pela água que atingiu a altura de 1m50cm no subsolo e forçou o fechamento do prédio. Os 2 mil funcionários que trabalham no edifício foram liberados na última sexta-feira, e a previsão é de que retomem o expediente na próxima segunda-feira. As 6 mil pessoas que circulam diariamente pelo prédio também estão com o acesso impedido.
Fora o prejuízo financeiro, o presidente do Conselho de Comunicação Social do TJ-RS, desembargador Túlio Martins, projeta o acúmulo de processos na mesa de desembargadores, que julgam casos no segundo grau, devido ao alagamento. Isso porque o fluxo de processos em primeiro grau não parou, já que os prédios do Fórum não foram afetados pela chuvarada. Todos os prazos do segundo grau, porém, estão suspensos.
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- Será um fim de ano muito difícil - resume Martins. Também teve de ser transferida por causa do fechamento do prédio uma sessão do órgão especial que, entre outros casos, julgaria processos relacionados ao parcelamento de salário dos servidores estaduais.
Falha em bomba do DEP causou alagamento
A água que adentrou o prédio do TJ escorreu do alagamento da Avenida Aureliano de Figueiredo Pinto. Depois da chuvarada, a via e suas adjacentes se transformaram em um rio porque os equipamentos da prefeitura que bombeiam a água para o Guaíba (localizados na Rótula das Cuias) não funcionaram.
O Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) diz que o problema ocorreu por causa da falta de luz na região. Esse foi o terceiro alagamento do prédio do Judiciário em 2015 (e o mais grave deles) em função da falha. Na subestação de energia elétrica do edifício do TJ, os quatro transformadores e os dois geradores tiveram perda total.
Os poços de oito elevadores foram invadidos pela água, os deixando fora de operação, e os compressores de ar-condicionado também sofreram prejuízos na sala de refrigeração.
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Ao todo, foram cheios 10 caminhões com a água bombeada para fora do TJ e mais de 200 sacos de areia foram distribuídos nos acessos para evitar novos alagamentos no prédio (que voltaram a ocorrer na quarta-feira, mas em volume bem menor).
Desta vez, o DEP afirmou que o acúmulo de lixo fez desligar a hélice da bomba por 40 minutos, o que causou a nova cheia. Segundo o diretor do departamento, Tarso Boelter, um edital para modernização de cinco casas de bomba de Porto Alegre - entre elas, a da área que atende a Aureliano - será lançado na próxima semana.
Até a reabertura do prédio, na segunda-feira, será preciso limpar o lodo que se formou nos corredores do subsolo. Mas o edifício abrirá com restrições: o sistema de ar-condicionado não estará funcionando e apenas quatro dos 12 elevadores estarão em operação. Vizinhos do TJ, prédios do Instituto de Previdência do Estado (IPE), Ministério Público (MP) e Fórum não sofreram os mesmos impactos.
A explicação é que o pavimento térreo do TJ está em um nível inferior às avenidas do entorno. O sistema de bombas submersas do prédio, que faz a drenagem quando a vazão do esgoto pluvial aumenta, ficou "afogado" pelo alagamento da Aureliano. Ou seja, o volume de água retirado era reposto imediatamente pela entrada da água acumulada nas vias do entorno. Nos demais edifícios, houve problemas apenas nos acessos por conta do acúmulo d'água.
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Débora Ely
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