Labaredas no helicóptero presidencial, modelo H-34 Super Puma, chamaram a atenção de repórteres que acompanhavam o deslocamento de Dilma Rousseff do Palácio da Alvorada até a Base Aérea de Brasília nesta quinta-feira - de lá, a presidente voaria para os Estados Unidos, onde deve cumprir agenda de pelo menos quatro dias.
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As chamas ocorreram em uma das turbinas da aeronave e duraram alguns segundos. Mesmo assim, o voo de cerca de cinco minutos prosseguiu normalmente.
Foto: Dida Sampaio / Estadão Conteúdo
Especialistas em mecânica aeronáutica ouvidos por Zero Hora não se assustaram com as imagens.
- Grande parte dos motores a reação, a turbina, como popularmente se diz, em algum momento pode expelir labaredas de fogo durante a partida. Não é sempre, mas é algo que se espera, obviamente dentro de certos limites - explicou Celso Faria de Souza, engenheiro mecânico aeronáutico e membro da Comissão da Aviação Civil no Senado.
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Um engenheiro do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), que preferiu não ter o nome divulgado, também considerou a situação normal. O doutor em propulsão de motores disse que, pelas imagens, não há nenhum problema aparente.
- Enquanto está no chão, não tem problema. Esse motor tem dois circuitos. Um em marcha lenta e um quando a turbina está na máxima rotação. A labareda apareceu quando foi acionado o circuito ligado ao arranque. É uma preocupação para o pessoal da manutenção do helicóptero, mas não há maiores riscos para Dilma e sua equipe - afirmou o engenheiro.
De acordo com a assessoria da Força Aérea Brasileira (FAB), o voo de Dilma foi "100% seguro" e transcorreu dentro da normalidade. A FAB afirma que o piloto tomou conhecimento do episódio, mas resolveu seguir o plano de voo porque o painel de controle não apontou nenhuma falha.
Souza, ao avaliar a atitude do piloto, foi na mesma linha:
- Foi correta. Toda aeronave de grande porte, como essa, tem muitos sistemas que supervisionam qualquer problema nos motores. Se ele não detectou nenhuma supertemperatura em nenhum local, não havia motivos para não voar. Haveria risco se algum sistema não estivesse funcionando, deixasse escapar quantidade maior de combustível, e saísse até o escape.
*Zero Hora
ZH Explica
Por que as chamas no helicóptero de Dilma não causaram preocupação
Labaredas foram flagradas pela imprensa durante a decolagem da aeronave
Bruno Felin
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