O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu chegou ao aeroporto Afonso Pena, no Paraná, por volta das 16h45min desta terça-feira. De lá, ele foi levado para a carceragem da Polícia Federal em Curitiba, onde cumprirá prisão preventiva ao lado de outros presos da Operação Lava-Jato.
Preso na segunda-feira na 17ª etapa da Operação Lava-Jato, Dirceu teve sua transferência autorizada na noite de segunda-feira pelo ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele teve a prisão decretada pelo juiz Sergio Moro, que conduz as investigações na primeira instância, no Paraná.
O avião decolou às 14h19min, depois de Dirceu fazer um trajeto de 12 minutos entre o prédio da PF e o terminal. A PF ainda não explicou por que ex-ministro viaja em um bimotor, e não em um jato, como ocorreu com outros presos da Lava-Jato. A previsão é de que o ele chegue depois das 16h30min ao aeroporto de Curitiba, de onde será levado para a Superintendência da PF junto aos demais presos na 17ª fase da operação.
Propina de R$ 1,3 milhão pagou reforma da casa de Dirceu, segundo delação
"Acabou o mito", diz Roberto Jefferson após prisão de Dirceu
Nesta manhã, Dirceu recebeu a visita de seus advogados e de sua companheira, Simone Patrícia Tristão Pereira. Ele passou a noite na carceragem da PF devido ao horário que teve sua transferência autorizada, já pela noite, o que dificultou a logística de transporte.
De acordo com a PF, o ex-ministro ficou em uma cela simples, com uma cama de alvenaria e se alimentou como os demais presos.
Zeca Dirceu defende o pai nas redes sociais
Depois do PP e do PMDB, agora é o PT que sofre dois abalos
A defesa de Dirceu tentou evitar a transferência do ex-ministro, alegando que é "totalmente desnecessário" levá-lo para o Paraná. O criminalista Roberto Podval, que defende o ex-ministro, afirmou que Dirceu se dispôs a prestar esclarecimentos a Moro sobre suposto envolvimento na Lava Jato e que, na ocasião, um delegado de polícia disse que não era necessário o deslocamento.
Defesa de Dirceu diz que ex-ministro tornou-se "bode expiatório" da Lava-Jato
Barroso já havia autorizado, em abril, o ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE), também condenado no mensalão, a ser transferido de presídio em Pernambuco onde cumpria pena para Curitiba, em razão de decreto de prisão preventiva no âmbito da Lava-Jato.
*Estadão Conteúdo