Depois de ser apontada por perícia particular como quem teria escrito a carta de suicídio de Odilaine Uglione, mãe de Bernardo Uglione Boldrini, a ex-secretária Andressa Wagner registrou ocorrência por calúnia em Três Passos e quis que a Polícia Civil esclarecesse o caso. Andressa forneceu material escrito para ser comparado com a carta que foi encontrada na bolsa de Odilaine no dia em que ela morreu, em 2010.
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A investigação das circunstâncias da morte de Odilaine está sendo refeita pela polícia, e três perícias são consideradas importantes para o caso. O delegado que conduz a nova apuração, Marcelo Lech, vai pedir pela terceira vez a prorrogação da investigação. Uma das perícias em andamento é a grafotécnica, em que peritos verificam se a carta em tom de despedida foi mesmo escrita por Odilaine. Se não tiver sido, o segundo passo será analisar se foi feita por Andressa.
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A informação de que Andressa seria a autora do documento surgiu em perícia particular contratada pela família da mãe de Bernardo. Quando Odilaine morreu, Andressa trabalhava como secretária no consultório de Leandro Boldrini. Assim que o resultado da perícia foi tornado público, a ex-secretária registrou ocorrência na polícia e pediu apuração.
- Ela mesma pediu essa comparação e forneceu o material necessário. Essa perícia ainda não tem prazo para conclusão porque o IGP foi recebendo materiais gráficos esparsos, complementares. Na semana passada, enviei novo documento - explicou Lech.
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Outros elementos periciais são aguardados a partir da exumação do corpo, feita há uma semana. O delegado solicitou informações sobre traumatismo no crânio. Odilaine teria dado um tiro na boca, e o projétil ficou alojado na cabeça. Também será verificado se há materiais genéticos que possam servir para outros exames.
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A terceira perícia que será solicitada pelo delegado é a reconstituição do caso. A ideia é reunir no consultório de Boldrini as pessoas que lá estavam no dia do fato, inclusive o médico e a ex-secretária.
- Mas esse pedido só farei depois de esgotar todos os depoimentos necessários a fim de reunir um bom conjunto de informações para os peritos que farão essa reprodução dos fatos - disse o delegado.
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Procurado, o advogado Marlon Taborda, que representa a família de Odilaine, disse que é preciso aguardar.
- Estamos esperando os resultados das perícias oficiais para, através dos órgãos, nos manifestarmos de forma categórica. Resultados estes os quais acreditamos que venham a corroborar com as provas periciais já juntadas e com o inquérito policial.
A MORTE DE ODILAINE
- Odilaine Uglione morreu no dia 10 de fevereiro de 2010, no hospital de Três Passos, horas depois de supostamente atirar contra a própria cabeça, dentro do consultório do marido, o cirurgião Leandro Boldrini.
- Testemunhas viram Odilaine chegar nervosa e entrar na sala para esperar Boldrini.
- Conforme o relato de testemunhas à época, Boldrini saiu correndo da sala e um tiro foi ouvido.
- A investigação da morte foi arquivada com a conclusão de suicídio.
- Depois que Bernardo Uglione Boldrini, filho de Odilaine e Leandro, foi morto, em abril de 2014, e o pai e a madrasta surgiram como suspeitos do crime, a família de Odilaine passou a tentar reabrir o caso de 2010.
- A Justiça negou os pedidos até que uma perícia particular indicou que a carta de despedida, encontrada na bolsa de Odilaine, não teria sido escrita por ela, mas sim pela ex-secretária de Boldrini, Andressa Wagner.
- Assim que o resultado da perícia particular foi tornado público, Andressa registrou ocorrência por calúnia e forneceu material escrito para que a perícia oficial faça a comparação com a carta de suicídio.
*Zero Hora