O Nepal reabriu neste domingo os acessos ao Everest para a temporada de outono (hemisfério norte) e concedeu as primeiras autorizações de escalada desde o terremoto e a avalanche que arrasaram o acampamento base em abril.
Centenas de alpinistas foram obrigados a desistir da escalada após a avalanche, que provocou a segunda sessão de temporada sem visitas ao topo do mundo. Em 2014, a morte de 16 guias nepaleses em uma avalanche levou as autoridades a fechar os caminhos de acesso à montanha.
"Estou feliz de poder conceder esta permissão de escalada para a temporada de outono, depois que o terremoto afetou com força nossa indústria turística", declarou o ministro nepalês do Turismo, Kripasur Sherpa.
A temporada de outono é considerada a mais arriscada, com os fortes ventos e temperaturas baixas.
O alpinista japonês Nobokazu Kuriki tentará alcançar o topo do Everest pela quinta vez.
Kuriki, que perdeu nove dedos dos pés em uma tentativa anterior de escalar o Everest, terá o apoio de uma equipe de cinco pessoas, mas ascenderá ao segundo acampamento do topo de maneira solitária.
"O Everest viveu tragédias nos últimos dois anos e quero ajudar o Nepal a reviver seu turismo", disse o alpinista, de 33 anos, que espera chegar ao topo em meados de setembro.
Até o momento, 14 equipes solicitaram permissão para escalada na próxima temporada.
O Nepal, um país muito dependente do turismo, com seus oito picos de mais de 8.000 metros, solicitou a especialistas internacionais que avaliassem a segurança dos caminhos mais utilizados pelos alpinistas no Everest e na região de Annapurna.
Ao longo do principal percurso foram identificadas cinco zonas de risco e antes da temporada de chuvas de monção será realizada uma avaliação completa. O famoso caminho de Langtang, destruído, permanece fechado.
Os dois terremotos de 25 de abril e de 12 de maio deixaram mais de 8.700 mortos e destruíram quase meio milhão de casas.
* AFP