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Uma reunião no prédio da prefeitura, na segunda-feira, às 11h, deverá definir os rumos do sistema de monitoramento dos táxis de Porto Alegre com o GPS. O serviço foi suspenso na sexta-feira devido a uma série de reclamações feitas por taxistas.
A instalação obrigatória de GPS começou no ano passado. O objetivo, segundo a prefeitura, é, com o monitoramento feito pelo aparelho, avaliar a necessidade, ou não, de ampliar a frota de táxis na Capital. Atualmente, são 3.921 em circulação.
Outra vantagem apontada é o "botão do Pânico", instalado junto ao GPS, que pode ser acionado pelo taxista em situações de emergência. Nesses casos, uma mensagem é enviada à EPTC e à Brigada Militar, via Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp). Pelo serviço, de cada táxi, é cobrada uma taxa mensal equivalente a 17 bandeiradas (R$ 79,22). E esse é o principal ponto de contrariedade dos taxistas.
- Isso é um absurdo. Não nos ajuda em nada. Se eu estiver sendo assaltado e apertar o tal botão do pânico, o cara me mata. Isso é simplesmente uma forma de arrecadação - indigna-se o taxista Nelson Xavier dos Santos, 66 anos.
Reunião segunda
Com seu colega Cézar Mendonça, a situação foi real e dramática. Ao sentir que seria assaltado na Vila Cruzeiro, numa corrida diurna, acionou duas vezes o botão do pânico. Ao passar por um minimercado, conseguiu descer correndo do veículo e pedir ajuda, enquanto os dois homens que haviam solicitado a corrida fugiam. Em contato com a EPTC, teria recebido a informação de que o sistema "estava inoperante".
Pela EPTC, o presidente em exercício, Marcelo Soletti, admitiu a existência de problemas, após reuniões com representantes de taxistas e com a empresa que opera o serviço.
- Temos uma série de reclamações e estamos reavaliando o sistema. São muitos problemas pontuais e que já deveria ter sido resolvidos pela empresa - disse.
Na segunda-feira, às 9h, haverá uma reunião do prefeito com a EPTC. Às 11h, será realizada outra, com a presença de representantes do Sintáxi e da empresa que opera o serviço.
"Não funciona"
O Sindicato dos Taxistas (Sintáxi) inicialmente foi favorável à adoção do sistema de monitoramento por GPS. Porém, de acordo com o presidente da entidade, Luiz Nozari, o não funcionamento adequado do serviço fez com que a posição fosse modificada.
- Não somos contrários ao rastreamento da frota de táxis, mas queremos pagar por um serviço que funcione corretamente, pois desde o ano passado a EPTC está cobrando a mensalidade dos taxistas e o GPS não funciona - explica.
De acordo com ele, o Sintáxi já encaminhou ofícios ao poder público municipal, relatando os problemas _ entre os quais, erros na localização dos veículos. Outra questão diz respeito ao "botão do pânico". Ele afirma que, como não existe convênio entre a prefeitura e o governo estadual, a Brigada Militar não recebe o sinal. Nozari antecipa que, caso o serviço seja retomado, o sindicato ingressará com uma ção judicial para contestá-lo.
Saiba mais
- O monitoramento da frota de táxis em tempo real e nas 24 horas do dia está prevista na Lei Municipal nº 11.466, de 29 de julho de 2013.
- Os GPS começaram a ser instalados na frota de táxi de Porto Alegre no ano passado. A previsão era de que até o fim do primeiro semestre deste ano (2015), os 3.921 veículos já teriam o equipamento.
- O trabalho está sendo desenvolvido entre a EPTC e a Show Tecnologia do Brasil, empresa vencedora da licitação.
- Segundo a prefeitura, o objetivo do cadastramento é contribuir para aprimorar o monitoramento e a fiscalização do serviço e auxiliar na segurança dos taxistas e passageiros, pois permite verificar a localização do veículo em tempo real.
- O monitoramento será utilizado principalmente para verificar a necessidade (ou não) de ampliação da frota.
- Junto ao GPS é instalado o "botão de pânico", que poderá ser acionado pelo taxista em situações de emergência. Quando isso ocorre, uma mensagem deve ser enviada à EPTC e ao Ciosp, indicando a localização do táxi.
- Os dados transmitidos pelo GPS serão enviados, via antena de transmissão (satélite).
- Pelo serviço, cada taxista tem de pagar uma taxa equivalente a 17 bandeiradas (atualmente, R$ 79,22). Se estiver em atraso, o proprietário do táxi fica impedido de realizar vistoria, renovar a licença (carteirão), entre outros serviços obrigatórios.
- Para viabilizar o custeio do projeto, foi a provada a Lei Municipal 11.582/2014 que liberou o uso de bandeira 2 a partir das 20h nos dias úteis, e das 15h aos sábados (começava sempre às 22h).