Em meio a protesto dos familiares da vítima, o policial militar Marcel Wrague Medeiros, 29 anos, foi absolvido nesta quarta-feira pelo tribunal do júri. Ele era acusado de ter matado o mecânico Julião Sibis Ribas Barbiero, que, em 2010, quando aconteceu o homicídio, tinha 25 anos. Barbiero foi morto por Medeiros em junho daquele anos, após uma perseguição policial. O MP entendeu que o brigadiano "agiu com excesso ao fazer uso da arma" e o denunciou por homicídio simples. Caso fosse condenado, a pena seria de seis a 20 anos na prisão.
O julgamento, que ocorreu no Fórum de Santa Maria, começou às 10h e se estendeu até por volta das 17h30min. A denúncia do MP narra que, em 4 de junho de 2010, por volta da meia-noite, na Rua Angelin Bortoluzzi, no bairro Camobi, o réu matou Barbiero após uma perseguição em que a vítima era suspeita de ter roubado um notebook em um bar. Medeiros teria mandado o jovem colocar as mãos na cabeça e, em seguida, efetuou dois disparos.
A versão do réu é que, após essa perseguição, a vítima, com um facão, investiu contra ele e dois policiais que estavam na abordagem, por isso, efetuou os disparos. A vítima teria sido reconhecida pelo proprietário do local onde teria ocorrido o roubo.
Para o MP, como o réu é policial militar e recebeu treinamento, ele saberia imobilizar um suspeito. Além disso, com a presença dos outros dois companheiros, evitariam qualquer tipo de fuga. Para a promotoria, o disparo também poderia ter sido em um local de letalidade não imediata.
O réu afirmou ter efetuado apenas um disparo, e o policial que recolheu a arma confirmou que havia apenas uma cápsula deflagrada na arma dele. Porém, o Instituto-Geral de Perícias atestou que "a vítima foi alvejada por, no mínimo, dois disparos, de trás para frente".
A família da vítima vai recorrer da decisão. Para a irmã de Barbiero, Rosângela, o crime foi motivo de perseguição e covardia por ele ser um jovem humilde. Na versão dos familiares, Julião chegou do trabalho às 23h e foi a um churrasco com a namorada. Por volta da meia-noite, ele teria saído da festa para comprar bebidas.
- Vamos recorrer. Não vamos deixar por isso mesmo. Debochavam da gente, foi bem pesado o clima. Eu fui intimidada, já fui seguida por ele de viatura em Camobi - diz Rosângela.
O "Diário" tentou contato com os advogados de Medeiros, porém, eles não atenderam as ligações. O policial continua trabalhando.
Justiça
Policial Militar acusado de matar jovem é absolvido em Santa Maria
Defesa da vítima vai recorrer da decisão
Naion Curcino
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