Vai demorar um pouco, porque o processo de concessão é lento, mas o Rio Grande do Sul voltará a ter pedágio na BR-386 e na BR-116, entre Guaíba e Camaquã, e ganhará praças de cobrança na BR-101, entre Osório e Torres. A concessão da freeway, que vence em 2017, será renovada. Um único consórcio ficará com o pacote inteiro, que soma 581 quilômetros.
A inclusão de rodovias federais gaúchas no programa de concessões anunciado na terça-feira pela presidente Dilma Rousseff só foi possível porque o governador José Ivo Sartori não opôs resistência. Desde a campanha, Sartori vem dizendo que não tem preconceito contra o setor privado e que, se não há dinheiro para investir em infraestrutura, o caminho é a concessão ou a parceria público-privada.
O PT, que fez do fim dos pedágios privados seu cavalo de batalha, não poderá reclamar, porque a iniciativa é do governo federal.
Com exceção do trecho da BR-386 entre Lajeado e Carazinho, que terá de ser duplicado pelo vencedor da concorrência, esta primeira leva de concessões inclui rodovias que já têm pista dupla, como a BR-101 e a freeway, ou estão em fase de duplicação, como a BR-116.
Sartori aprova pacote do governo federal e mira novas concessões no RS
Em princípio, quem vencer a licitação terá de concluir as obras em andamento e ressarcir a União pelo que já foi feito. A partir de Camaquã, a ligação até o porto de Rio Grande já é pedagiada.
A duplicação da BR-386 entre Lajeado e Carazinho é a melhor notícia do pacote de obras rodoviárias. Trata-se de uma estrada crucial para o escoamento da produção do norte do Estado e que, por estar com sua capacidade esgotada, figura entre as campeãs de acidentes fatais.
Marta Sfredo: pacote não salva, mas abre um caminho
O pedágio é o preço que o usuário terá de pagar para ter uma via mais segura. A duplicação é cara e complexa, principalmente no trecho de serra, entre Marques de Souza e Fontoura Xavier.
A BR-290, que está sendo duplicada entre Eldorado do Sul e Pantano Grande, ficou fora do pacote de concessões. O ministro Pepe Vargas assegura que a obra não será interrompida, mas admite que poderá passar para o setor privado em uma segunda leva.
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Rosane de Oliveira: sem dinheiro, voltam os pedágios
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Rosane de Oliveira
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