A apenas 10 cadeiras de obter a maioria de 326 parlamentares para formar o próximo governo, o Partido Conservador, do primeiro-ministro David Cameron, é o vitorioso inconteste da eleição britânica. Os resultados das pesquisas de boca de urna mostram que a perspectiva de uma vitória da oposição trabalhista permitiu que os conservadores canibalizassem os votos de seus parceiros na atual coalizão, os liberais-democratas, de Nick Clegg, mas também os do Partido Independente da Grã-Bretanha (Ukip, em inglês), de Nigel Farage. O partido de Clegg conquistou apenas 10 cadeiras, segundo as pesquisas. O número é suficiente para garantir, em coalizão com os conservadores, a maioria necessária para governar de maneira relativamente confortável.
Conservadores caminham para vitória nas eleições britânicas
Se os levantamentos dos institutos de pesquisa estiverem corretos, mais expressivo do que o número de cadeiras é o recado dado pelo eleitorado ao Partido Trabalhista de Ed Miliband. O líder que há dois anos impôs uma derrota humilhante a Cameron na votação em favor de uma intervenção na Síria e passou a ser visto, desde então, como alternativa para o cargo de primeiro-ministro não conseguiu inspirar confiança ao eleitorado. Na Escócia, onde o separatista SNP obteve 52 cadeiras e praticamente riscou os trabalhistas do mapa eleitoral, a derrota foi mais feia. Os escoceses não esqueceram das promessas não cumpridas dos trabalhistas caso a permanência na Grã-Bretanha fosse vitoriosa no plebiscito de 2014.
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Tão eloqüente quanto o rechaço aos trabalhistas foi a virtual erradicação do Ukip do parlamento. O partido xenófobo e racista de Farage, que venceu há um ano as eleições para o Parlamento Europeu, teria conquistado apenas duas cadeiras em 650.
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