
Um idoso de 101 anos foi resgatado com vida dos escombros uma semana depois do terremoto que destruiu sua casa no Nepal. Funchu Tamang foi resgatado com ferimentos leves e levado de helicóptero ao hospital do distrito.
- A situação é estável. Ele tem ferimentos no tornozelo esquerdo e em uma das mãos. A família está ao seu lado - disse Singh em Nuwakot, localidade que fica a 80 km ao noroeste de Katmandu.
A polícia também resgatou três mulheres dos escombros neste domingo em Sindupalchowk, um dos distritos mais afetados pelo terremoto, mas as autoridades não informaram quanto tempo elas permaneceram sepultadas.
Uma foi atingida por um deslizamento de terra e as outras duas estavam presas nos escombros de suas casas.
- Todas foram levadas para o hospital - afirmou Suraj Khadka, oficial da Polícia Militar em Katmandu.
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Nepal admite que número de mortos no terremoto será muito maior
O governo do Nepal admitiu que o balanço definitivo do terremoto de 25 de abril, que no momento é de mais de 7 mil mortos, será muito maior, ao mesmo tempo que a ONU criticou a burocracia que adia a chegada de ajuda humanitária. Até o momento, o balanço da tragédia registra 7.040 mortos e 14 mil feridos no país, mas o número definitivo será "muito maior", advertiu neste domingo o ministro das Finanças, Ram Sharan Mahat.
- Há vilarejos aos quais ainda não conseguimos chegar, mas sabemos que todas as casas foram destruídas.Os tremores secundários são constantes e acreditamos que o balanço humano definitivo será muito maior - disse Mahat.
Mais de 100 pessoas também morreram na catástrofe na China e na Índia. Neste domingo, a polícia anunciou a retirada de mais de 50 corpos dos escombros, incluindo seis estrangeiros, na região de Langtang, muito procurada por montanhistas e onde as autoridades temem que outros 100 turistas permanecem desaparecidos.
- Nossa prioridade era resgatar os sobreviventes. Resgatamos 350 pessoas, aproximadamente metade eram turistas ou guias - afirmou Uddav Prasad Bhattarai, chefe de polícia do distrito de Rasuwa, ao norte de Katmandu.
O porta-voz do ministério do Interior, Laxmi Prasad Dhakal, explicou que as operações de resgate prosseguem, mas que prioridade é cuidar dos sobreviventes. Os esforços se concentram especialmente nas localidades mais afastadas, nas regiões mais afetadas pelo terremoto, ao redor do epicentro, a 70 quilômetros da capital.
- Muitos vilarejos remotos foram afetados e centenas de milhares de pessoas dormem nas ruas, entre os escombros, por falta de barracas - explicou Dhakal.
Trâmites intermináveis
Em Katmandu a coordenadora de operações humanitárias da ONU, Valerie Amos, expressou preocupação com a lentidão do governo nepalês para facilitar a chegada da ajuda humanitária estrangeira. Ela anunciou que pediu ao primeiro-ministro Sushil Koirala uma flexibilização da burocracia.
- Se comprometeu a fazer isto, espero que possamos constatar a partir de agora uma melhora a nível administrativo - disse Amos.
Aviões com mantimentos e equipamentos de todo o mundo chegam ao pequeno aeroporto de Katmandu há vários dias, mas as ONGs lamentam o que chamam de trâmites intermináveis. O diretor do aeroporto de Katmandu proibiu o pouso dos aviões de grande porte com temor de que a pista, possivelmente danificada, não consiga suportar o peso.
- Não autorizaremos o pouso no aeroporto de Katmandu de qualquer avião que supere 196 toneladas. Não há fissuras visíveis na pista, mas os tremores secundários são tantos que temos que adotar precauções - afirmou Prasad Shrestha.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) fez um apelo para a adoção das medidas necessárias para evitar epidemias entre 1,7 milhão de jovens que moram nas áreas mais afetadas, poucas semanas antes do início da temporada de chuvas de monção. Quase 160 mil casas foram destruídas e 143 mil afetadas pelo terremoto, segundo o balanço mais recente da ONU.
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Em vídeo, diretor da ONU fala a colunista de ZH sobre o atendimento a vítimas:
*AFP