A unidade do Grupo Voges em que funciona uma fundição, localizada no antigo prédio da Maesa, foi interditada na tarde desta terça-feira pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Conforme Vanius Corte, gerente regional do órgão, cerca de 80% da unidade está parada por não respeitar condições de trabalho adequadas. A interdição afeta diretamente 280 funcionários, mas os demais 70 colaboradores também podem ser impactados com a parada.
Conforme Corte, o MTE constatou irregularidades em vários equipamentos, como falta de manutenção e risco das partes móveis atingir os trabalhadores. Além disso, havia risco de choque elétrico e de queda de funcionários em alguns pontos. A circulação do ar no ambiente, ainda segundo Corte, não era adequada, o que poderia potencializar o surgimento de doenças profissionais pela pouca ventilação.
- Desde 2007 pedíamos algumas melhorias e os prazos iam sendo prorrogados. Nos falavam que fariam um nova fábrica, que nunca saiu do papel - relata Corte.
O gerente destaca que o MTE tem conhecimento das dificuldades financeiras da empresa, mas que não havia outra saída pois a situação estava "absolutamente insustentável".
O pagamento dos funcionários, explica Corte, deve ser realizado normalmente durante a interdição. A empresa só pode voltar a operar depois que a situação for normalizada.
Procurada pela reportagem, a advogada do Grupo Voges, Aline Ribeiro Babetzki, destaca que a empresa recebeu com surpresa a notícia da interdição, já que conta com um "grupo de segurança do trabalho habilitado e estruturado".
Conforme Aline, a fundição não estava com nenhuma notificação em aberto com o órgão e foi inspecionada pelo MTE há cerca de 10 dias em função do Abril Verde, movimento do governo federal que intensificou a fiscalização no mês passado em várias empresas para combater más condições de trabalho.
Ainda segundo Aline, a empresa irá analisar as solicitações do MTE para voltar a trabalhar normalmente "em breve espaço de tempo".
Empresa parada
Fundição da Voges, de Caxias, é parcialmente interditada pelo MTE
Cerca de 80% da unidade está parada por não respeitar condições de trabalho adequadas
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