Santa Catarina é uma região favorável à formação de nuvens cumulunimbus, as que permitem a ocorrência de grandes tempestades e podem resultar em tornados. O Estado está em uma área englobada pelo Sistema de Baixa Pressão do Chaco, localizado no Sul do Brasil junto às fronteiras da Argentina e Paraguai, que funciona como um berçário de grandes nuvens e após nascerem, elas rumam em direção a Santa Catarina.
Por isso, não é incomum a ocorrência de tornados no Estado, embora eles muitas vezes sejam classificados como tempestades ou outros fenômenos. Em levantamento realizado pelo Centro Universitário de Estudos e Pesquisas Sobre Desastres (CEPED/UFSC), somente entre 1976 a 2009 foram registrados ao menos 77 tornados em Santa Catarina.
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Relembre casos que marcaram o Estado:
1948 - Canoinhas
A região Norte foi atingida por um tornado em 16 de maio, na localidade de valinhos, interior do município de Canoinhas. Nos cálculos daquela época, estima-se que a velocidade do vento chegou a 300km/h, causando a morte de 23 pessoas e de vários animais.
Imagem: Fundação Cultural de Canoinhas
2003 - Painel
Menos de cinco minutos foram o suficiente para que quase todas as casas de Painel, na Serra Catarinense, fossem destelhadas. Os ventos de 130km/h que atingiram a cidade também danificaram fios de telefone e rede elétrica. Mesmo com nenhuma pessoa ferida pelo tornado, o prefeito à época, Aldo Tadeu Vieira Waltrick, decretou situação de emergência.
Foto: Susi Padilha/ Agência RBS
2005 - Criciúma
Criciúma atingida por dois tornados em menos de um dia. Os ventos de 115km/h atingiram em cheio duas ruas da Grande Santa Luzia e destelharam totalmente as casas, quebrou árvores e rompeu fios da rede elétrica. Pequenos incêndios, originados de curtos-cirtuitos também afetaram a cidade. O segundo tornado atingiu o Distrito de Rio Maina que afetou uma subsestação de Celesc deixando milhares sem energia. Uma morte foi registrada.
Foto: Ulisses Job/ Agência RBS
2008 - Correia Pinto
O município de 15 mil habitantes da Serra foi quase todo destruído devido a ventos de 80km/h que duraram 10 minutos. Casas e escolas foram destelhadas e árvores arrancadas desde a raiz ficaram no meio da rua. Cinco famílias ficaram desabrigadas, mas felizmente nenhuma vítima foi registrada durante o tornado.
Foto: Alvarélio Korussu/ Agência RBS
2009 - Guaraciaba
No feriado de 7 de setembro, Guaraciaba, no Extremo-Oeste, teve casas arremessadas a até 50 metros de distância e grande parte da infraestrutura urbana da cidade, de 10 mil habitantes, arrasada. Os ventos foram estimados próximos dos 200 km/h.
Imagem: Eloir de Jesus/Divulgação
2012 - Ponte Alta
O tornado destruiu a cidade de Ponte Alta, na Serra, no dia 2 de dezembro. O fenômeno ficou na categoria F3 (forte, com ventos de 254 a 331 km/h) na Escala Fujita, utilizada para medir a intensidade de tornados avaliando-os pelos danos causados.
Imagem: Alvarélio Kurossu/Agência RBS
Toda a área urbana de Ponte Alta foi castigada, e praticamente todos os cinco mil moradores foram afetados. Os prejuízos passaram dos R$ 30 milhões e a prefeitura decretou estado de calamidade pública. A cidade já havia sido atingida por tornado em 2009, mas não com tamanha intensidade.
2013 - São Joaquim
Em 11 de dezembro, a Serra foi atingida por uma série de fenômenos meteorológicos, como microexplosão e tornado. Moradores da região registraram o momento:
Para especialistas, os tornados devem ter ficado entre as categorias F0 (considerado leve, com ventos de 64 a 116 km/h conforme a Escala Fujita) e F1 (moderado, de 117 a 180 km/h).
2014 - Urubici
Acredita-se que um tornado da categoria F0 tenha atingido Urubici em 30 de outubro. Os danos pela cidade foram leves, como destelhamentos e quedas de árvores. O meteorologista do Grupo RBS, Leandro Puchalski, comentou o caso.
Imagem: Jean Borges/Divulgação