O Ministério Público Federal investiga a relação entre os pagamentos feitos pela Galvão Engenharia ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e a contratação da empreiteira - acusada de cartel e corrupção na Petrobras - em uma obra de R$ 568 milhões na Refinaria de Paulínia (Replan), no interior de São Paulo, em 2009. O contrato, no valor de R$ 300 mil, entre a Galvão e a JD Assessoria e Consultoria Ltda - empresa do ex-ministro -, foi assinado no dia 25 de junho de 2009.
"Exatamente uma semana depois da Petrobras iniciar procedimento licitatório para a realização de obra EPC das unidades de hidrocarboneto, nafta e coque da Carteira de Gasolina - G3 da Refinaria de Paulínea (Replan)", registra a força-tarefa da Lava-Jato, em parecer do dia 31 de março.
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José Dirceu, condenado no processo do mensalão, cumpre prisão domiciliar em Brasília. Ele é alvo da força tarefa da Lava-Jato. Sua situação é "complicada", na avaliação dos procuradores que investigam corrupção na Petrobras.
A obra na Refinaria Replan foi vencida pela Galvão Engenharia pelo valor global de R$ 568,9 mil. "Foram pagas vantagens indevidas de no mínimo 1% sobre o valor do contrato, conforme denunciado", sustenta a Procuradoria da República - o equivalente a R$ 5,6 milhões, só para o PP. Outros 2% teriam sido pagos para o esquema do PT na Diretoria de Serviços da Petrobras.
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A obra é um dos 14 contratos entre a Galvão e consórcios formados por ela com a Petrobras em que a força-tarefa da Lava-Jato afirma ter provas de que houve fraudes e corrupção. A Justiça Federal abriu processo criminal, com base nesses elementos, contra dois sócios e executivos da Galvão, em dezembro.
Dario de Queiroz Galvão Filho, um dos sócios da Galvão, foi preso no dia 27 de março, na etapa Que país é esse? - décima fase da Lava-Jato. Ele foi apontado pelo juiz federal Sérgio Moro como "efetivo mandante" do pagamento de propinas no esquema. Dario Galvão já é réu por corrupção em ação penal envolvendo 14 obras da Petrobras, entre elas a da Replan.
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Segundo a denúncia apresentada pela força-tarefa em dezembro, foram desviados R$ 256 milhões dos cofres da Petrobras no esquema de fraudes e corrupção envolvendo os executivos da Galvão por meio do esquema na Diretoria de Abastecimento - que podia arrecadar 1% nos contratos.
Os pagamentos de propina envolveram o ex-diretor da área Paulo Roberto Costa, em nome do PP, e o ex-diretor de Serviços Renato Duque, em nome do PT. A parte dos petistas era uma cota de 2%, sendo que uma fatia teria sido destinada para os cofres do PT, via João Vaccari Neto, tesoureiro do partido.
*Estadão Conteúdo