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O hábito cada vez menor de ir à feira de rua pode estar dificultando a comparação de preços entre a banca e a prateleira do supermercado. Uma pesquisa de preços que considerou 13 itens nos dois ambientes mostrou que sensação de pagar mais no supermercado não é sempre real.
O placar entre os dois lugares de compra ficou quase empatado. Para seis produtos, os preços mais baixos estavam nas ruas, nas bancas dos produtores. Para os outros sete, o feirante estava cobrando mais. Além das diferenças de procedência e qualidade, os itens em questão sofrem bastante influência das condições climáticas e da procura dos consumidores. Ou seja, conforme o dia da compra, o gasto pode ser maior.
A comodidade do supermercado, onde é possível encontrar todos os produtos da lista de compras e o horário de funcionamento é bastante amplo, muitas vezes acaba conquistando o consumidor. Mas quem mora perto das feiras que ocorrem semanalmente na cidade não troca o caminhão pelo ar-condicionado.
Conhecer o produtor, ter acesso a produtos frescos e de qualidade, como os ovos de colônia acabam compensando. De acordo com Mirian Muskaopf, que há 31 anos trabalha na feira da Rua Professor Teixeira, bairro Nossa Senhora de Fátima, o movimento tem caído no local nos últimos anos, por conta do aumento dos preços dos produtos, que vêm, em parte, da localidade de Três Barras, em parte da Ceasa.
Preços são sensíveis ao tempo
O "Diário" fez uma pesquisa de preços de 13 itens em uma feira de rua e dois supermercados. A comparação ao lado é válida, mas não é garantia de que durante todo o mês a diferença de preços é a mesma.
Como as feiras ocorrem uma ou duas vezes por semana, trazem sempre o estoque total do produtor para aquele dia. Já no supermercado, as prateleiras costumam ser abastecidas uma vez por semana, em Santa Maria, normalmente nas sextas-feiras.
Isso faz com que, até o próximo carregamento chegar, gerente do mercado vá ajustando o preço à procura pelo produto. Como a validade é curta, não dá para ficar com estoque acumulado.
- A carne e os produtos de hortifrúti são os mais sensíveis do mercado. Tanto à procura por parte dos consumidores quanto ao tempo e às condições de produção e também de transporte. Nós aqui temos uma região que abastece grandes supermercados de produtos, por isso a diferença com as feiras não é tão grande quanto na Capital.
Uma pesquisa de preços semelhante foi feita em Porto Alegre pelo jornal Zero Hora. Lá, o resultado mostrou que comprar frutas e verduras no súper pode dobrar os gastos totais em relação à escolha da feira de rua.
Para economizar, independentemente do local da compra, uma dica importante é prestar atenção aos produtos da estação. Sai mais caro para feirantes e supermercadistas trazer de outros Estados aquele item que não está sendo produzido por perto.
Quase todos os mercados também oferecem promoções de hortifrúti em dias fixos da semana, vale aproveitar. Mas também é importante cuidar para não comprar demais, já que é fácil desperdiçar produtos perecíveis.
DICAS PARA POUPAR
- Escolha frutas e legumes que não estejam totalmente maduros. Isso aumenta a durabilidade na sua casa e evita desperdício
- Observe as estações de colheita para conhecer o melhor preço. Quando um hortifrúti estiver fora de estação, avalie substituir por outro em plena safra. Confira no blog Contracheque o calendário das frutas de cada estação e programe as compras
- Pesquise no site da Ceasa a cotação média no atacado. Isso será um termômetro para você detectar preços exagerados no comércio
- Mesmo as feiras podem ter preços bem diferentes uma da outra. O dia da compra também varia. A reportagem encontrou cenoura por R$ 2,70 e R$ 3,90 o kg nas bancas
- Faça sempre uma lista de compras antes de sair de casa, como forma de evitar cair em tentações e levar o que não precisa