Após parentes e testemunhas-chave da morte do surfista Ricardinho dos Santos prestarem depoimento à corregedoria da Polícia Militar, em Florianópolis, nesta quinta-feira, o corregedor-geral da PM informou em coletiva de imprensa que um total de 23 pessoas devem ser ouvidas antes do futuro de Luís Paulo Mota Brentano na corporação ser decidido.
O processo administrativo disciplinar (PAD) contra o soldado foi aberto em fevereiro e deve ser concluído em abril, podendo levar da advertência à expulsão. A decisão final será do comandante-geral da PM, o coronel Paulo Henrique Hemm.
As 23 testemunhas foram selecionadas em conjunto pela corregedoria da PM e pela defesa do soldado. Como a apuração não trata especificamente da morte do Ricardinho, mas da atuação de Mota como um todo, o grupo inclui de parentes do surfista assassinado a colegas do soldado e indivíduos relacionados a acusações anteriores.
Nesta quinta foram escutados o avô e o tio de Ricardinho, além do policial que prendeu Mota, do bombeiro que atendeu o surfista e uma testemunha que passava pelo local. O último dos 23 depoimentos coletados será o do próprio soldado.
Corregedor-geral da PM, o coronel Carlos Eduardo Orthmann explica que o teor dos relatos não será divulgado até o término da apuração.
- Tudo o que foi dito faz parte do processo e é sigiloso. É preciso formar um conjunto completo das versões, até para não afetar os próximos testemunhos - afirmou.
O soldado é acusado de ter disparado os dois tiros que resultaram na morte de Ricardinho em 19 de janeiro, na Guarda do Embaú, em Palhoça. Ele está preso no quartel da Polícia Militar em Joinville e alega legítima defesa - o surfista teria tentado o atacar com um facão, segundo sua versão.
Homenagens ao surfista Ricardinho:
Crime na Guarda do Embaú
PM ouvirá 23 testemunhas para decidir se soldado que atirou no surfista Ricardinho será expulso
Processo administrativo deve ser encerrado em abril, levando de uma advertência à expulsão
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