A presença de médicos, empresários e artistas no velório do médico Gilberto Roveda, 67 anos, morto em acidente na madrugada desta sexta-feira, mostra o prestígio e a amizade conquistada pelo profissional ao longo dos anos em Caxias do Sul. Mais de 100 pessoas participaram da primeira hora do velório na sala E do Memorial Capelas São José. O sepultamento está previsto para as 9h de sábado, no Cemitério Público Municipal de Vacaria.
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Aluno da primeira turma do curso de Medicina da Universidade de Caxias do Sul (UCS), Roveda se especializou em ortopedia e traumatologia. Por suas mãos, passaram milhares de pacientes.
Roveda dirigia um Jeep Cherokee. Por volta das 2h30min desta sexta-feira, ele bateu o veículo no muro do Estádio Alfredo Jaconi, na Rua Hércules Galló. Segundo amigos, o ponto do acidente fica perto da moradia do médico. Durante o velório, além de lembrar a trajetória do médico, muitas pessoas se perguntavam as causas do acidente, algo atribuído por conhecidos a um possível mal súbito, o que provocou o descontrole da direção do veículo.
O psiquiatra Antonio Bonalume, professor do médico ainda na universidade, lembra do apreço que o amigo tinha pela profissão e pelo tradicionalismo:
- Ele gostava muito de cavalgadas, CTGs, tinha muitos amigos. Foi meu aluno duas vezes: na formação e no curso posterior em São Paulo. Era uma excelente pessoa, muito humano e consciencioso - descreve Bonalume.
Os empresários Alexandre Fasoli e Fernando Comunello lembram das boas conversas embaladas por jantares e café.
- Também costumávamos ir juntos para os rodeios de Vacaria. Era um homem de bom trato, educado - elogia Fasoli.
O acordeonista Oscar dos Reis destacou o interesse de Roveda pela arte. O músico conheceu o médico numa apresentação em 1986. De lá para cá, os dois fortaleceram os vínculos de amizade:
- Jantamos juntos há alguns dias atrás. Ele dizia ter força para trabalhar e viver coisas maravilhosas por mais 20 anos. Fica a imagem do ser humano cordial. Creio que ele passou mal no volante.
Colega do médico, o traumatologista Marcio Rangel Valin ressaltou o interesse de Roveda pelo campo:
- Ele era muito ligado ao tradicionalismo, às cavalgadas, ao campo. Ele tinha um sítio em Ipê. Era uma pessoa de muitos amigos, de boa convivência, homem muito respeitado. Formou vários médicos aqui com sua experiência, e estava em plena atividade. Não temos ideia do que possa ter acontecido com ele, já que conversei com ele ontem ainda e estava tudo bem.