Acostumado a fazer trilhas com os amigos no fim de semana, Maicon Silva da Silva, 31 anos, foi um dos responsáveis pelo salvamento do grupo que praticava rapel quando foi atacado por um enxame de abelhas no sábado, em Maquiné, no Litoral Norte. Dois dos colegas dele morreram na queda e outros quatro foram resgatados.
- A gente estava fazendo rapel no cânion, a 150 metros de altura. Vínhamos fazendo as ancoragens entre sete pessoas. Na terceira ancoragem, de 50 metros, fomos atacados por abelhas africanas. Eram muitas abelhas - contou depois de ser liberado do hospital em Capão da Canoa, na tarde deste domingo.
Com os dois pulsos quebrados após a queda, Maicon caminhou por 15 horas e pelo menos 30 quilômetros ao lado do amigo Luciano de Souza, desde a cascata até a localidade de Barra do Ouro para pedir ajuda. Chegando lá, encontrou moradores que prestaram socorro e chamaram resgate.
Para voltar à cidade, a dupla precisaria descer cascatas, mas como estavam sem o equipamento de rapel, mudaram o caminho e pegaram as trilhas que encontraram. Passaram a noite no mato, e ao amanhecer, encontraram a saída até a cidade. No local, não funciona celular ou Internet.
Sobre o momento do acidente, ele explica que alguns colegas conseguiram descer, mas outros se atiraram.
- Quando jogamos a corda, ela era de 42 metros, mas a altura era 50 metros. Todos caíram nas pedras - lembra.
As vítimas são Ronei Marcelino Pinto, 48 anos, e Jean Carlos Machado Lopes, 41. Ambos morreram no local.
Grupo de rapel havia sofrido incidente na mesma cascata em 2010
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