Foi com um pedido de governo sem exibicionismo e com preocupação na prestação de serviço aos mais necessitados que José Ivo Sartori (PMDB) tomou posse na tarde desta quinta-feira, no Palácio Piratini, em Porto Alegre. Em seu discurso, o novo governador do Rio Grande do Sul citou expressões como "desburocratizar", "eficiência" e "transparência".
- Estamos aqui a serviço do público. Quem não entendeu isso, não entendeu nada - disse Sartori, que ainda salientou a esperança de honrar "a confiança de todas as pessoas".
Sartori também fez menção a seu antecessor, Tarso Genro (PT), que minutos antes havia desejado a ele "um bom governo". Prestou respeito e gratidão ao antigo governador e garantiu que não deseja "destruir o que foi feito nos últimos anos". Falando do futuro, Sartori disse que o Estado precisa melhorar "todos os seus indicadores" e garantiu que gastará menos dinheiro e energia em publicidade e "vaidade", num recado claro à sua equipe.
- Espero sinceramente que eu honre a confiança de todas as pessoas - finalizou.
A cerimônia serviu ainda para o novo governador agradecer aos que o ajudaram a chegar ao poder. Depois do discurso, Sartori acompanhou Tarso até a saída do Piratini, onde petistas gritavam "olê, olê, olê, olá! Tarso, Dilma!". Na sequência, os 19 secretários de Estado foram empossados.
Na Assembleia, Sartori falou sobre crise
O discurso de Sartori na Assembleia Legislativa, que antecedeu a transmissão do cargo no Palácio Piratini, foi pontuado por referências à situação financeira do Estado. Na chegada à Assembleia, onde fez juramento, Sartori resumiu o que pretende nos próximos quatro anos em poucas palavras: "muita luta, muito trabalho e muita solidariedade". Durante sua fala, já em plenário, o novo governador disse que adotará duras medidas para enfrentar os problemas estruturais do Rio Grande do Sul e apontou a atração de investimentos como saída para ajustar as contas.
- O RS precisa de medidas corajosas no presente. Essa é minha missão - afirmou o governador, salientando que "quando um Estado gasta mais do que arrecada, está comprometendo as gerações futuras" e afirmando que o Rio Grande do Sul tem capacidade para ser "o Vale do Silício do empreendedorismo".
Nos 24 minutos de discurso no Parlamento, Sartori ressaltou que o RS está diante de um momento histórico: o fim de um ciclo e o começo de outro. Ele se referia à "burocracia" e ao "distanciamento" do governo em relação à população. Garantiu não estar fazendo uma crítica pontual, mas generalizada a todos que se envolvem em política.
- Ou estagnamos ou enfrentamos as pedras no caminho e com isso progredimos. A estagnação costuma ser mais confortável, mas é enganosa. Precisamos sair da era do carimbo - afirmou o peemedebista.
O governador prometeu ainda cortar "os gastos ruins" para "gastar nas pessoas, especialmente nas que mais precisam".
Foto: Bruno Alencastro/Agência RBS
Protesto contra fim da SPM
Do lado de fora do Palácio Piratini, um grupo protestava contra a extinção da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM). Em faixas, manifestantes diziam "respeitem as mulheres" e "vamos defender a vida das mulheres custe o que custar".
Seus gritos diziam "Sartori machista, devolve minha conquista" e "não passarão", frase que serve como lema do feminismo.
*Zero Hora