Dois dias antes de circular em 3 milhões de exemplares, a capa da revista francesa Charlie Hebdo - alvo de atentado terrorista na semana passada, que terminou com 12 mortes - vazou e mostra o profeta Maomé chorando e empunhando um cartaz Je Suis Charlie (Eu Sou Charlie). A frase tornou-se o símbolo da liberdade de expressão na França após o ataque, que vitimou 10 jornalistas da revista.
Divulgada pelo canal de televisão francês iTele, a capa também mostra a frase Tout Est Pardonné (Tudo é Perdoado). O advogado da publicação, Richard Malka, garantiu à rádio France Info que a revista vai incluir outras sátiras sobre políticos e religiosos.
- Nunca vamos ceder. Se não, nada disto teria sentido - frisou o advogado e colaborador do semanário onde dois homens armados mataram 12 pessoas em represália pela publicação de caricaturas do profeta do Islã.
Tiragem será traduzida em 16 idiomas
O jornal Charlie Hebdo tem tiragem de 60 mil exemplares, mas a edição desta quarta-feira terá três milhões e será traduzida em 16 idiomas, explicou um dos caricaturistas, Patrick Pelloux.
- Terá uma difusão excepcional como gesto de vida e sobrevivência - disse o advogado.
Para Malka, o lema tornado popular depois dos atentados "Eu sou Charlie" é um "estado de espírito, que também quer dizer o direito à blasfêmia" e, por isso, a nova edição vai incluir caricaturas de Maomé.
Os jornalistas do semanário satírico estão trabalhando nos escritórios do diário Libération, protegidos por um considerável aparato policial.
Vídeo mostra terroristas executando policial em Paris:
Confira imagens do atentado à Charlie Hebdo:
*Agência Brasil