A avó materna de Bernardo Boldrini depôs à Justiça na manhã desta quinta-feira (30) no Fórum de Santa Maria. Jussara Uglione reforçou a imagem de Leandro Boldrini como um pai frio e que maltratava garoto. Ela ainda reafirmou a tese de homicídio no caso da mãe do menino, Odilaine Uglione Boldrini. Jussara foi indicada pelo Ministério Público como testemunha de acusação no caso da morte do garoto de 11 anos, assassinado em abril.
A Polícia Civil havia concluído a investigação do caso como suicídio. Jussara relatou diversas atitudes de Leandro para apontar comportamento duvidoso. Ela afirmou que no velório de Odilaine, o pai de Bernardo, que já teria relacionamento com Graciele Uguline, usou colete à prova de balas e foi acompanhado por seguranças armados, além de ter filmado a cerimônia.
A defesa de Leandro Boldrini se posicionou reforçando o trabalho da Polícia Civil no caso da morte de Odilaine e minimizando o resultado do laudo pericial feito por uma empresa particular contratada pela acusação e que apontou homicídio no caso de 2010. Também questionou uma suposta falta de interesse por parte de Jussara para garantir proteção do menino. A defesa de Evandro e Edelvânia Wirganovicz, mais breve nos questionamentos, ressaltou que Bernardo desconhecia os irmãos.
O depoimento de Jussara era o último indicado pela acusação. A partir de 26 de novembro, começam a depor as 47 testemunhas escolhidas pela defesa.
Caso Bernardo
Bernando Uglione Boldrini, 11 anos, foi encontrado morto no dia 14 de abril, após dez dias desaparecido. O corpo do jovem estava em um matagal, enterrado dentro de um saco, na localidade de Linha São Francisco, em Frederico Westphalen. O menino morava com o pai, o médico-cirurgião Leandro Boldrini, a madrasta, Graciele Ugulini, e uma meia-irmã, de 1 ano, no município de Três Passos.
O pai, a madrasta e uma amiga dela, Edelvânia Wirganovicz, respondem na Justiça por homicídio quadruplamente qualificado (motivos torpe e fútil, emprego de veneno e recurso que dificultou a defesa da vítima) e ocultação de cadáver. O irmão de Edelvânia, Evandro, também responde por ocultação de cadáver. O pai de Bernardo ainda é acusado por falsidade ideológica.