Quatro pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público (MP) pela morte de Sadi Pereira da Silva, 47 anos, durante a construção da barragem do Marrecas, em Caxias do Sul. O entendimento é que houve homicídio culposo, quando não há a intenção de matar.
O acidente aconteceu no dia 24 de abril de 2012. Silva caiu de uma altura de 40 metros, quando ao tentar colocar a última comporta da barragem, decidiu retornar até a base superior da obra. Ele e a peça eram içados por um guincho que teve o cabo rompido por causa do sobrepeso. De acordo com o Ministério Público, laudo do Ministério do Trabalho e Emprego concluiu que houve imprudência e negligência.
Os denunciados são funcionários de empresas envolvidas na obra e no içamento das comportas. A promotoria ofereceu proposta de suspensão condicional dos processos. Isso porque os denunciados são primários e a pena mínima para homicídio culposo é de um ano. Uma das condições para a suspensão é a indenização dos familiares da vítima. A 3ª Vara Criminal analisa a denúncia.
Outros dois casos
A promotoria de Justiça também encaminhou outras duas denúncias por mortes em acidentes de trabalho em Caxias do Sul. Uma se refere à morte de Adriano de Assunção Pinheiro, no dia 22 de janeiro de 2011, quando sofreu uma descarga elétrica ao cortar a árvore em uma rua. O MP entendeu que o empregador deve ser responsabilizado.
A outra denúncia é em relação à morte do metalúrgico Paulo Estevam Pereira. Ele limpava uma cabine de pintura, com materiais inflamáveis, na empresa Amalcabúrio, quando morreu por causa de uma explosão no dia 30 de março de 2013. O denunciado é o supervisor de produção.
Estas denúncias da promotora Sílvia Regina Becker Pinto também estão fundamentada em inquéritos da 1ª Delegacia de Polícia de Caxias. Nos dois casos, a suspensão condicional do processo pode ocorrer caso os denunciados aceitem condições previstas.