
O jornalista Luiz Antonio Mello, mais conhecido como LAM, morreu nesta quarta-feira (30), aos 70 anos, em Niterói, no Rio de Janeiro.
Ele estava internado para tratar de uma pancreatite e sofreu uma parada cardíaca enquanto era levado para realizar uma ressonância magnética. A informação é do jornal A Tribuna.
Com uma trajetória marcada por ousadia e paixão pelo rádio, foi diretor da Fluminense FM nos anos 1980, quando a emissora ficou conhecida como "Maldita".
Sob a sua liderança, a rádio virou sinônimo de contracultura, dando espaço para nomes como Blitz, Paralamas do Sucesso, Barão Vermelho e Legião Urbana — e contribuindo para o nascimento do chamado "BRock".
Sua história foi contada no filme Aumenta que é rock’n’roll, lançado em 2023, com o ator Johnny Massaro no papel do jornalista. A obra teve como base o livro A onda maldita, escrito pelo próprio Luiz e lançado em 1992.
Quem foi Luiz Antonio Mello?
Luiz Antonio Mello começou no jornalismo ainda adolescente, em 1971, como cronista do Jornal de Icaraí. Atuou como programador musical, produtor e redator da Rádio Federal AM, além de repórter na Rádio Tupi AM e no jornal Última Hora.
Também trabalhou no Jornal do Brasil, onde foi crítico musical do Caderno B, e assinou colunas em publicações como O Pasquim, Opinião, O Estado de S. Paulo e Folha de Niterói.
Em 1981, ao lado do amigo Samuel Wainer Filho, fundou o projeto Maldita na Fluminense FM, idealizando uma programação voltada ao rock, o que provocou, na época, uma transformação profunda na rádio e impactou diretamente a indústria musical brasileira.
Rádio, redação e marketing
Depois da primeira passagem pela direção da Fluminense FM, entre 1982 e 1985, Luiz Antonio passou por outras emissoras. Trabalhou na criação da Globo FM e coordenou promoções na Rádio Cidade FM, onde também escreveu o programa 102 Decibéis.
Em 1986, ingressou na Rede Manchete, como redator-chefe do programa Shock e responsável pelo conteúdo musical internacional.
Além do jornalismo, teve passagens pelo marketing da gravadora PolyGram e atuou como roteirista e diretor de comerciais de TV. Também produziu discos, como o álbum Som na guitarra (1984), do guitarrista Celso Blues Boy.
Rádio LAM
Desde 2021, Luiz mantinha a Rádio LAM, projeto online que transmitia 24 horas por dia e retomava o espírito das iniciativas pioneiras do jornalista.
Seu papel como agitador cultural também rendeu um documentário: A Maldita, dirigido por Tetê Mattos e lançado em 2018, abordou os bastidores da "revolução musical" promovida por ele e equipe.
Ainda não há informações sobre o velório e o sepultamento.