O Ministério Público ofereceu denúncia contra o diretor do Presídio de Taquara, Evandro Oliveira Teixeira, e o chefe de segurança da casa, Marcelo Alexandre Ribeiro Carvalho. A medida foi tomada em função da morte do detento Alípio Steffens, 66 anos, ocorrida em novembro de 2013. A dupla está presa temporariamente desde 18 de julho deste ano, quando foi deflagrada a Operação Pitágoras.
Escutas telefônicas realizadas com autorização judicial mostram um diálogo em que os dois ironizam a morte do presidiário. Marcelo Carvalho simula estar chorando e afirma a Evandro Teixeira: “se nós não internamos agora de tarde, nós tava pego (sic)”. Conforme o promotor Leonardo Giardin de Souza, os dois são responsáveis pela morte do apenado porque contrariaram orientação médica de interná-lo.
Em decorrência do seu estado de saúde, Alípio Steffens foi atendido, no dia 22 de novembro de 2013, nas dependências da casa prisional, pela equipe da Unidade Móvel de Saúde do Município de Taquara. Ele foi mantido encarcerado, por cinco dias, na galeria do regime fechado da prisão. Com isso, conforme o MP, ambos assumiram o risco da morte, já que tal omissão gerou o agravamento da enfermidade do apenado, que foi conduzido ao hospital quando já estava em estado terminal.
Durante a Operação Pitágoras, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em Taquara, Parobé, Canoas, Araricá, Gravataí e Gramado. Ainda está em andamento a investigação sobre a suposta compra e venda de vagas no Presídio de Taquara e a possível apropriação indevida de recursos públicos por agentes penitenciários.