Os contratos da Petrobras Biocombustível com a empresa gaúcha BSBios serão auditados pelo Tribunal de Contas da União. O ministro relator, José Jorge, chamou o caso de “mini-Pasadena” e durante sessão plenária do TCU, ministros ironizaram a estatal como sendo o melhor negócio do mundo vender usinas para a Petrobras.
O tribunal considerou denúncia da Comissão de Agricultura da Câmara, que aponta irregularidades como o superfaturamento do negócio. A compra de metade das usinas de biodiesel de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, e Marialva, no Paraná, por parte da Petrobras, consta no valor de 200 milhões no balanço da empresa. A suspeita de superfaturamento surgiu a partir do caso paranaense. O diretor da Agrenco, dona da refinaria na época, engenheiro José Marco Lorenzetti, relatou que a usina foi avaliada em R$ 37 milhões em 2009, quando vendida para a BSBios.
Dois meses após a compra, no entanto, a empresa gaúcha vendeu metade da usina por R$ 55 milhões para a Petrobras. Uma avaliação que passou de R$ 37 para 110 milhões. O engenheiro diz que mesmo que as melhorias necessárias tivessem sido feitas no curto prazo entre os contratos, a usina não chegaria a valer mais de R$ 100 milhões.
Quem assinou a compra na época por parte da Petrobras Biocombustivel foi o atual ministro do desenvolvimento agário, Miguel Rosseto, que não quis comentar o caso.