A Polícia Civil cumpriu nesta quarta-feira um mandado de busca e apreensão na farmácia de Guaíba que supostamente vendeu o medicamento errado que culminou na morte da adolescente Andriza Oliveira da Silva, de 14 anos. Foram recolhidos computadores que podem ajudar a esclarecer o caso. Na investigação, os agentes também pretendem utilizar imagens das câmeras de segurança. Andriza morreu na segunda-feira após ter inalado um remédio errado durante uma crise de asma.
A adolescente precisava usar um broncodilatador, mas usou, na nebulização, um colírio para glaucoma, que tem efeito contrário. O colírio foi comprado por uma irmã de Andriza, de 10 anos, enquanto a mãe estava no trabalho.
- A receita foi levada com um bilhete com o nome do remédio, que não tinha nada a ver com o que retornou à residência da menina - disse o primo de Andriza, Rodrigo Barbosa da Silva.
A delegada Sabrina Doris Teixeira aguarda do Instituto Geral de Perícias (IGP) o resultado de exames complementares sobre o que provocou a morte da garota. A certidão de óbito diz que ela foi vítima de edema pulmonar agudo. O documento não esclarece se o uso da medicação errada pode ter influenciado para que isso ocorresse.
A delegada informou que a vendedora e a farmacêutica serão ouvidas nesta quinta-feira. O dono da farmácia já prestou esclarecimentos. Nesta quarta, a mãe e a irmã de Andriza foram ouvidas. Elas confirmaram que foi a própria paciente que aplicou o medicamento.
O presidente do Conselho Regional de Farmácia do Rio Grande do Sul, Roberto Canquerini informa que, na esfera administrativa, está sendo aberto um processo ético-profissional para averiguar a possível responsabilidade da profissional que atuava na farmácia. A pena vai desde advertência até a cassação do diploma.