
A expectativa para os moradores de Gravataí quanto ao abastecimento de água é positiva para os próximos meses. Obras para o aumento da capacidade de tratamento e distribuição serão entregues pela Corsan. No entanto, há a previsão de novos cortes para a readequação do sistema. Segundo a companhia, as interrupções devem ocorrer ainda em janeiro. Os dias em que estimativa de consumo for superior à média serão evitados.
"Uma nova adutora adutora ficou pronta no início de dezembro. A gente vai fazer as interligações agora, provavelmente ainda em janeiro, no momento adequado. O clima tem que propiciar. Não pretendemos fazer nos próximos dias em função da previsão de calor excessivo", afirma o diretor de operações da Corsan, Antonio Carlos Martins.
A declaração foi dada logo após uma reunião convocada pela Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do RS (Agergs), que aguarda explicações sobre o desabastecimento de água em Gravataí registrado no final de 2013. O pedido foi feito em 27 de dezembro e ainda não cumprido. A partir do encontro, que não contou com a presença do presidente Tarcísio Zimmermann, ficou definido que a companhia vai enviar, no início da próxima semana, o esquema de trabalho na cidade. Relatórios semanais também serão fornecidos.
Na segunda-feira (20), a Corsan vai inaugurar uma obra que vai aumentar a captação de água em mais de 50% a capacidade de abastecimento na zona sul e Leste de Gravataí. A partir desta intervenção, a companhia afirma que não devem ocorrer novos problemas na rede.
Ministério Público
Depois dos problemas ocorridos em dezembro, a Agergs sugeriu que a Corsan adotasse um desconto nas contas de cerca de 10 mil clientes. O montante alcançaria aproximadamente R$ 90 mil. No entanto, o Ministério Público entendeu que a punição deveria ser maior e elaborou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), com indenização de R$ 500 mil reais e multas. A companhia se recusou a assinar o documento. Na mesma linha, o presidente da Agergs, Carlos Martins, acredita que o documento é ineficaz.
"Primeiro, o TAC trazia ações regulatórias de competência da Agência. Segundo, a gente não pode transmitir para a população que a assinatura possa resolver de forma imediata a situação de Gravataí", destaca.
Ainda assim, o promotor Daniel Martini deve encaminhar à Justiça uma ação contra a Corsan, pedindo que a companhia seja punida.
Água
Segundo a assessoria da Corsan, nenhum ponto de Gravataí, Cachoeirinha ou Canoas está sem água no momento. Ontem, uma queda de energia em um ponto de captação de água em Canoas foi apontada como a responsável pelo desabastecimento que atingiu essas cidades.