O futuro chanceler Friedrich Merz chegou a um acordo com os deputados ecologistas para que levantem o veto ao seu amplo plano de investimentos para reconstruir e modernizar a Alemanha, disseram à AFP fontes do partido conservador nesta sexta-feira (14).
Os Verdes confirmaram em comunicado que chegaram a um "acordo sobre o fundo especial".
Com o apoio dos ecologistas, o líder conservador agora pode contar com a maioria de dois terços necessária para aprovar as mudanças constitucionais que permitirão esse programa de gastos sem precedentes.
A votação do texto ocorrerá na próxima terça-feira na Câmara Baixa do Parlamento, o Bundestag. Em seguida, o Bundesrat, que representa as regiões, deve aprová-lo.
Ignorando décadas de ortodoxia orçamentária, os conservadores e os sociais-democratas, prováveis aliados no próximo governo, propõem flexibilizar as regras de empréstimos para gastos militares e regionais, além de um fundo especial de EUR 500 bilhões (R$ 3,15 trilhões) ao longo de 10 anos para renovar a infraestrutura.
Durante a análise do texto na quinta-feira, Merz pediu aos parlamentares que apoiassem seu plano de investimento, chamando-o de "irresponsável" atrasar o rearmamento do país quando a Europa deve assumir sua própria responsabilidade de segurança contra os Estados Unidos.
No entanto, os Verdes, cujos votos são essenciais, aumentaram suas demandas nos últimos dias e lamentam a falta de uma revisão abrangente do "freio da dívida" e de mais reformas estruturais nas áreas de segurança e transição climática.
Para obter o apoio deles, Merz propôs alocar um décimo do fundo especial, ou EUR 50 bilhões (R$ 315 bilhões), para medidas climáticas.
O futuro chanceler está sob pressão para que seu plano seja aprovado no atual Parlamento, já que quando os novos membros do Bundestag se reunirem em 25 de março, os partidos de extrema direita e extrema esquerda terão uma minoria de veto.
* AFP