
A ideia de fixar adesivos em paradas de ônibus da Capital para identificar as linhas oferecidas no ponto foi adotada no início de 2012. A ação foi criada por um grupo de publicitários e adotada pela Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). Testes chegaram a ser feitos em duas avenidas com fluxo médio de coletivos, mas foi abandonada.
“Nós evoluímos nos corredores das avenidas Erico Verissimo e Cristóvão Colombo. Houve excesso de vandalismo em todos os adesivos colocados, o que nos preocupa muito”, relata o diretor-presidente da EPTC, Vanderlei Cappellari.
Segundo ele, a colocação dos adesivos foi realizada duas vezes em cada ponto. O índice de vandalismo atingiu 90%. Com isso, a ideia foi adiada. Uma equipe da empresa recebeu a missão de reavaliar a iniciativa. No entanto, ainda não há nenhuma conclusão a respeito.
Cappellari relata que a ideia de informar o passageiro será viável, futuramente, nos corredores dos BRTs (ônibus de linhas rápidas, com corredores exclusivos). Neste momento, o foco da qualificação nas informações sobre o transporte coletivo está nas ferramentas acessadas pela internet. Além disso, há o telefone 118.
Falha na comunicação
A ideia de criar adesivos em branco com a frase “Que ônibus passa aqui?” partiu do coletivo Shoot the Shit (trocar ideias, em tradução livre). A intenção era fazer com que os usuários escrevessem quais itinerários passam pelos mais de 5,6 mil pontos da capital. No entanto, a EPTC classificou as instalações como irregulares, ameaçando enquadrar os autores da ação na mesma legislação dispensada aos pichadores.
Com isso, foi estabelecida uma parceria entre o município e o coletivo. Porém, um dos “pais da ideia”, o publicitário e empresário Gabriel Gomes, se mostra descontente com o resultado da colaboração.
“Há falha de comunicação. Tentamos marcar reuniões com a EPTC, mas eles nunca têm tempo. Eles não encaram como um projeto da prefeitura”, afirma. Ele acredita que o trabalho da prefeitura foi pequeno frente ao total de paradas na cidade.
Segundo Gomes, novas ideias de transvenção (intervenção em que a sociedade é convidada a participar) devem ser criadas na Capital. Quanto aos adesivos, ele relata que cidades de São Paulo compraram a ideia e hoje a iniciativa é utilizada em diversos pontos. Em 2014, há a expectativa do Shoot the Shit instalar sedes no Rio de Janeiro e em Bogotá, na Colômbia.
Internet e Google
Os porto-alegrenses que utilizam a internet em computadores, smatphones e tablets ganharam uma nova ferramenta para acompanhar a oferta de ônibus e o tempo de deslocamento pela cidade. O Google Transit também mostra informações como a necessidade de baldeações e as melhores linhas. As 38 estações de bicicletas de aluguel (BikePoa) serão adicionadas à ferramenta em até 60 dias. Futuramente, as linhas de lotação e os pontos de táxi também poderão ser consultados.