O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul decidiu pela manutenção da prisão de um empresário suspeito de envolvimento na fraude do leite. A decisão foi da 4ª Câmara Criminal, por unanimidade. Leandro Vicenzi é sócio-proprietário da LTV, Indústria, Transporte e Comércio de Laticínios Limitada. Ele está preso no Presídio Estadual de Guaporé. De acordo com a denúncia, Vicenzi estaria utilizando ureia e formol para aumento do volume e do prazo de validade do leite.
O relator, desembargador Gaspar Marques Batista, considerou que as alegações apresentadas pela defesa são praticamente as mesmas que embasaram o pedido anterior de revogação de prisão. O desembargador destacou que a prisão é necessária para garantir a ordem pública e ressaltou ainda que os fatos relatados na denúncia do Ministério Público são gravíssimos.
Entenda o Caso
A Operação Leite Compen$ado foi realizada pelo Ministério Público (MP) no interior do Rio Grande do Sul. No início do ano, foi descoberta uma fraude que pode causar problemas de saúde. De acordo com os promotores, atravessadores adicionavam ureia no leite para mascarar a adição de água durante o transporte entre a propriedade rural e as indústrias. As análises comprovaram a presença de formol, substância cancerígena. Na primeira etapa, a operação foi realizada nas regiões de Horizontina, Ibirubá e Guaporé. Nove pessoas foram presas e sete ficaram na cadeia, sendo seis em Ibirubá e um em Guaporé. Nos dois núcleos, 14 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público e o judiciário aceito 13, que viraram réus. Está proibida a comercialização de leite de vários lotes de sete marcas: Hollmann, Goolac, Só Milk, Italac, Líder, Mumu e Latvida. Na segunda etapara da Operação Leite Compen$ado, as buscas ocorreram em Rondinha, Boa Vista do Buricá e Horizontina. No total, foram cinco presos. Três foram soltos após delação premiada. Eles admitiram a fraude.