A decisão do MEC de não divulgar médias gerais por escola no Enem frustrou a expectativa de pais, alunos e jornalistas, que estavam já acostumados com a lista das melhores instituições do país.
Avaliar a qualidade da educação em testes com estudantes é uma estratégia fundamental para detectar problemas e estabelecer políticas concretas de ação e melhoria. Mas as notas do Enem por escola também alimentam uma outra necessidade da comunidade escolar: a vontade de pais ansiosos por conhecer o desempenho da escola escolhida para o filho, além de diretores e professores preocupados com o desenvolvimento intelectual de seus pupilos.
Uma lista dos 10 melhores ou um ranking não pode ser entendido como um veredicto ou um retrato completo de uma instituição de ensino. Mas não deixa de ser um alerta ou uma baliza para que as famílias e a comunidade escolar consigam enxergar com certa precisão em que pé andam as coisas na escola.
A decisão do MEC este ano seguiu um caminho diferente, defendido pelo ministro Mercadante na coletiva de segunda-feira, e possivelmente apoiado por uma boa parcela de especialistas. Mas não se pode deixar de perceber que a mudança abriu espaço para cálculos muitas vezes apressados e ainda deixou inúmeros pais e mães frustrados por não encontrarem, junto ao poder público, uma informação que, para boa parte dessa comunidade, se transformou ao longo dos últimos anos em um indicador significativo.
Faltou transparência
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Avaliar a qualidade da educação em testes com estudantes é uma estratégia fundamental para detectar problemas
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