Uma nova investigação será iniciada para apurar possíveis falhas na atuação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) da capital. Na manhã dessa quarta-feira (21), o Ministério Público também se manifestou. As reportagens veiculadas pela RBS TV e Rádio Gaúcha sobre o idoso que morreu após não ter assistência do Samu foram encaminhadas para as Promotorias de Direitos Humanos e Criminal de Porto Alegre. Após análise, o órgão pode instaurar um inquérito civil público.
A Prefeitura também vai analisar o caso através de um inquérito administrativo. Segundo o secretário municipal da Saúde, Carlos Henrique Casartelli, os registros das chamadas realizadas pedindo uma ambulância na manhã dessa terça-feira (20) serão observados. Até o momento, foram identificadas duas ligações e em ambas o médico regulador, que atende as ligações, não teria agido conforme o protocolo de atendimento do Samu.
Quanto ao carro de intervenções rápidas, que poderia ter levado um médico até o local da ocorrência, Casartelli relata que o veículo não está funcionando.
- Ele está na garagem e isso não tinha sido trazido para mim. Então ele não estava em atividade ontem. A coordenação do Samu diz que ele não tem equipe. Só que a equipe não foi solicitada. Então se não se solicita, não se terá.
As atividades do veículos irão iniciar na tarde desta quarta-feira.
Entre as 15 ambulâncias que fazem remoções pelo Samu na capital, 12 estavam em operação no momento da ocorrência. O secretário relata que ainda não tem informações sobre as outras três.
Morte
O segurança e jardineiro Orlando Francisco Rodrigues da Silva sofreu um mal súbito na Praça Parobé, no centro de Porto Alegre. Devido à demora no envio de uma ambulância, uma viatura da Brigada Militar removeu o homem de 70 anos até o Hospital de Pronto Socorro (HPS). Ele morreu logo depois de chegar à instituição.
Em uma das ligações para a Central de Regulação, um médico atendente falou que "não foi ambulância porque não tem, já expliquei. É isso. Vocês têm de entender isso. Ponto, acabou. Assim que tiver ambulância, a gente vai mandar. Se vocês estão com tanta pressa, que encaminhem pro HPS, pra Santa Casa...". Ele foi afastado do cargo.
A coordenadora do Samu na Capital, Rosane Ciconet, garante que todas as ambulâncias estavam em atendimento no horário das ligações. Admitiu carência nos horários de pico, projetando que o ideal seriam mais quatro viaturas. Rosane também criticou a forma como foi feito o atendimento pelo funcionário, que não teve o nome divulgado.
