A gravidez abriu os olhos da jovem viciada em crack. Ela começou com a maconha aos 12 anos e chegou aos 15 usando crack. Agora, aos 20 anos, tenta mudar de vida. Ela usou a droga até os quatro meses de gestação. Depois, foi internada numa comunidade terapêutica em Porto Alegre. A jovem encontra no filho de quatro meses a força para nunca mais fumar crack. Um garotinho forte e saudável.
- Eu estou aqui por mim e por ele. Ele me dá motivação. Quando eu não estou bem ele acorda e sorri para mim - conta emocionada
Depois de ver amigas viciadas que abandonaram os filhos, ela demorou para entender que seria mãe. Num primeiro momento, achou que não saberia cuidar da criança. Ela está desde o ano passado na Casa Marta e Maria, comunidade mantida em Porto Alegre pela congregação das Irmãs da Copiosa Redenção. No local, estão 12 mulheres, sendo que duas fazem o tratamento acompanhada dos bebês. O trabalho tem o papel importante de voluntários. A diretora, irmã Viviane Cristina Rodrigues, conta que as mulheres chegam com a visão de que os filhos vieram apenas para causar transtorno.
- A droga é mais importante que o filho. Quando chegam, elas vem com a mentalidade que o filho veio para prejudicar. Nós precisamos trabalhar toda esta questão de agora ser mãe - explica.
A cozinheira Denise Simões, de 34 anos, fez tratamento na casa e está afastada do crack há quatro anos. Ela é de Rio Grande e reconstrói a vida em Porto Alegre, ao lado do filho de 14 anos, que ficou dois anos num abrigo.
- Minha alegria é meu filho. Eu posso perder tudo, menos ele - resume Denise.
Ouça o depoimento emocionado de Denise Simões, que conta como entrou e saiu do mundo do crack.
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Gaúcha
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Leandro Staudt
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