* O resultado foi atualizado pela Federação Internacional, após revisão de imagens da chegada e Ana Marcela acabou na 5ª colocação e não na 4ª, como publicado anteriormente.
Atual campeã olímpica da maratona aquática, a brasileira Ana Marcela Cunha terminou em quinto lugar na prova que marcou a abertura do Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos, em Fukuoka, e que deu vaga para os Jogos de Paris 2024 para as três primeiras colocadas. A disputa dos 10km aconteceu nesta noite de sexta-feira (14) no Brasil, manhã de sábado no Japão.
Terceira colocada na edição de 2022, a baiana não conseguiu garantir sua 16ª medalha na história da competição e quebrar o tabu de jamais ter conquistado o ouro nos 10km. A gaúcha Viviane Jungblut (Grêmio Náutico União) fez uma boa primeira parte de prova, mas perdeu rendimento e finalizou na 26ª colocação.
Após passar por cirurgia no tendão subescapular que estava rompido e o supra espinhal que estava lesionado do ombro esquerdo, em novembro do ano passado, Ana Marcela voltou a competir em maio, quando ficou em terceiro na etapa de abertura da Copa do Mundo de Maratonas Aquáticas, em Soma Bay, no Egito.
Em Fukuoka, ela sempre esteve no pelotão de frente e na parte final travou uma disputa acirrada com a alemã Leonie Beck, que adotou a estratégia de nadar mais afastada das concorrentes nos metros finais, a australiana Chelsea Gubecka, a americana Katie Grimes, apenas 17 anos e que no Mundial de 2022 foi vice-campeã nos 1.500m livre e nos 400m medley, e a holandesa Sharon von Rouwendaal, ouro nos Jogos Rio 2016.
No final, Beck levou o ouro com 2h02min34s, seguida por Gubecka, prata, e Grimes, bronze, na batida de mão. Num primeiro momento, a Federação Internacional de Natação (FINA) informou um empate entre Ana Marcela e von Rouwendaal, com 2h02min42s40, em quarto. Mas após revisão, a brasileira passou para quinto, com a holandesa em quarto.
— Eu me senti bem. Estou vivendo um momento diferente, todos sabem (encerrou parceria de 10 anos com o técnico Fernando Possenti). Fiz uma cirurgia e voltar 7,8 meses depois e estar competindo de igual pra igual com essas meninas é muito importante. É um momento diferente, de transição, mas eu acredito muito no que posso fazer. As vezes me cobram o título mundial dos 10km, mas eu penso:"sou campeã olímpica, então não preciso (provar) mais nada" — comentou Ana Marcela ao canal Sportv, logo após deixar a água.
Já Viviane Jungblut que chegou a aparecer quinto na metade da prova, não conseguiu fazer uma parte final forte e ficou longe da disputa por pódio e das vagas olímpicas.
— Confesso que a gente treina pra mais. Difícil falar agora. Eu estou na minha melhor fase, treinando bem. Fico frustrada. Tive a sensação de que não consegui deixar minha natação na água. Tentei reagir no meio da prova. Vamos reavaliar os últimos dias, os treinos. Faltou algo, quem sabe estratégia de prova. Agora é olhar pra frente. Tenho mais três provas e agora é ir pra próxima e representar melhor o Brasil — disse Viviane, após a prova.
A próxima oportunidade de classificação para Paris acontecerá na edição 2024 do Mundial de Esportes Aquáticos, que acontecerá em fevereiro, em Doha. Nesta competição serão distribuídas mais 13 vagas diretas e cinco por continente, mas apenas para países que não tenham atletas classificadas. País sede, a França tem direito a uma classificação direta.