Bruno Soares teve de desistir dos Jogos de Tóquio em função de uma apendicite. Aos 39 anos, o tenista mineiro estava classificado para sua terceira Olimpíada e via no Japão a possibilidade de conquista de uma medalha.
Em setembro do ano passado, logo após a conquista do bicampeonato de duplas do Aberto dos EUA, ao lado do croata Mate Pavic, Bruno conversou comigo por WhatsApp. Solícito, como sempre, respondeu a diversas perguntas e quando o questionei sobre o que faltava na carreira de um atleta que já tinha no currículo mais de 30 troféus no circuito mundial e seis troféus de Grand Slam. O mineiro não titubeou e disse:
— Me sinto extremamente honrado por tudo o que conquistei, mas sem dúvida nenhuma meu grande foco são as Olimpíadas. É um sonho meu e do Marcelo. É meu último tiro, minha última Olímpiada. Quero me preparar ao máximo e focar todas as minhas energias para ir em busca desta medalha.
Na quarta-feira (21), veio a notícia de que ele teria de passar pela cirurgia de apêndice e perderia os Jogos. Imediatamente, lembrei da nossa conversa e mandei uma mensagem. A resposta veio em tom de agradecimento:
— Muito obrigado, amigo, pela mensagem, pelo carinho. A cirurgia correu bem e agora é focar na recuperação. Infelizmente, o timing foi péssimo, mas a gente não controla essas coisas. Desejo tudo de bom pra vocês aqui no Japão, bom trabalho e que tudo corra bem.
A frustração por não poder competir deve estar incomodando Bruno Soares neste momento mais do que qualquer coisa. Vencedor nato, ele estava muito esperançoso do pódio que não virá. Mas a medalha da simpatia, da simplicidade, da gentileza seguirão sendo as marcas de um dos grandes nomes da história do esporte brasileiro.