O presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Arthur Nuzman, foi reeleito nesta terça-feira para o sexto mandato consecutivo na presidência da entidade. Ele estará à frente no quadriênio 2017-2020, e completará 25 anos no poder se for ate o fim. O cartola teve 24 votos a favor, um contra e um nulo. Houve quatro abstenções.
Tiveram direito a voz os 30 presidentes de confederações ou seus representantes e três membros honorários permanentes: o próprio Nuzman, seu vice André Richer e o ex-jogador de vôlei e membro do COI Bernard Rajzman.
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O ex-jogador de vôlei de praia Emanuel, que preside a Comissão de Atletas da entidade, não pôde comparecer por uma questão de agenda. Ele deixou uma carta em que declarou apoio ao atual mandatário, o que não é contabilizado como voto.
– Assumi o COB com oito funcionários, meio expediente, e as luzes tinham de ser apagadas por economia. Eu assumi com o vôlei campeão olímpico. O legado dos Jogos do Rio nos estimula a construir uma nova etapa na vida do esporte olímpico brasileiro com enorme confiança nas confederações – disse Nuzman.
A Confederação Brasileira de Taekwondo (CBTKD) não compareceu, já que o presidente Carlos Fernandes está afastado por decisão judicial devido a uma investigação da Polícia Federal sobre suspeitas de desvio de recursos públicos.
Nuzman, de 74 anos, não teve nenhum concorrente ao pleito. Seu principal opositor é Alaor Azevedo, presidente da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM), que pelo segundo ano consecutivo não conseguiu inscrever uma chapa a tempo.
O prazo foi encerrado em abril. Para entrar na briga, era necessário o suporte de ao menos 10 das 30 confederações. Uma guerra de liminares ameaçou prolongar a data, mas o atual gestor do COB obteve vitória nos tribunais em agosto, quando o rival acabou impossibilitado de concorrer.
Nuzman, que também preside o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio-2016, iniciou sua trajetória no COB em 1995, após comandar a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) por duas décadas. Ele terá como vice Paulo Wanderley Teixeira, de 66 anos, mandatário da Confederação Brasileira de Judô (CBJ).
Por causa de suas responsabilidades no fechamento das contas do Rio-2016 até o ano que vem, Nuzman terá de se dividir entre as duas entidades. Isto pode abrir espaço para uma atuação maior de Wanderley, que é apontado como seu sucessor. O atual comandante do COB também tem a intenção de presidir a Organização Desportiva Pan-Americana (Odepa).
O certo é que este será o último mandato do cartola em sua passagem pelo Comitê, uma vez que a atual legislação, em vigor desde 2013, não permite mais do que duas reeleições em entidades esportivas que recebem recursos públicos.
Nuzman é o segundo mandatário mais duradouro na história do COB, atrás apenas do major Sylvio de Magalhães Padilha, que administrou a entidade por 27 anos, entre 1963 e 1990.
O dirigente também confirmou que o ex-atleta Agberto Guimarães assume a direção executiva de esportes olímpicos do COB. Ele substitui Marcus Vinicius Freire, que deixou a entidade após os Jogos do Rio. Na ocasião, o Brasil ficou em 13o lugar, abaixo da meta de ser top 10 no total de medalhas.