Há um enorme impacto simbólico na exclusão do atletismo russo da Olimpíada. Pune-se um gigante, sacando dos Jogos algumas de suas estrelas, mas não é só isso. A saída de um titã pode mexer – e muito – no quadro de medalhas. Especialmente se a sanção se estender a todas as modalidades.
A empresa de consultoria Gracenote, que publica mensalmente um "quadro de medalhas virtual", prevendo os resultados olímpicos com base nos desempenhos dos países em competições internacionais, apontava a possibilidade de seis medalhas russas no atletismo em sua última atualização, em 6 de julho. Passa longe de ser um número gigantesco. A estatística é bem mais expressiva se considerarmos a possibilidade de o país ser excluído de todas as competições. Neste caso, 63 medalhas, de acordo com o estudo, seriam redistribuídas.
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A projeção da Gracenote coloca a Rússia na terceira colocação do quadro de medalhas. Seria um retorno a esse posto após o quarto lugar em Londres, onde a anfitriã Grã-Bretanha teve desempenho histórico e ficou com a terceira colocação. A ausência de uma potência olímpica mudaria o panorama da briga pela liderança do quadro e também traria consequências para a missão brasileira de figurar entre os 10 países com maior número de pódios.
De acordo com avaliação de Guilherme Costa, blogueiro especializado do Globoesporte.com, uma possível exclusão da Rússia beneficiaria a China na briga com os EUA pelo primeiro lugar. Isso porque, em modalidades como saltos ornamentais, nado sincronizado, taekwondo e levantamento de peso, em que os russos se sobressaem, os chineses também são fortes.
O Brasil veria seu objetivo mais longe, já que países como Holanda, Nova Zelândia, Canadá, Polônia, Itália e Coreia, que brigam por vaga no Top 10, têm atletas competitivos em esportes em que a Rússia costuma levar medalhas. A ausência dos russos faria com que os brasileiros tivessem de buscar 31 ou 32 pódios – em vez de 27 – para cumprir sua meta.
* ZH Esportes