Está difícil, externa e internamente, criar um clima positivo para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. São muitos fatos conspirando fora de quadras, pistas, raias, tatames ou estádios. A crise política é o maior e inevitável fator. O mundo, por exemplo, verá uma autoridade máxima do País abrir o evento – provavelmente sendo vaiada pois aqui se tem este hábito de vaiar autoridades, independente de crises ou não – sem saber se é interino, licenciado, efetivo ou em exercício.
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Esta mesma comunidade internacional está diariamente colocando, e por vezes potencializando problemas graves brasileiros como a violência urbana ou o vírus Zika, que já motivou inclusive uma sugestão de cientistas norte-americanos para que a Olimpíada fosse cancelada. Menos mal que nos brasileiros não foi despertada uma rejeição aos Jogos, algo que atrapalhou demais a fase pré-Copa do Mundo em 2014. Depois, se viu que o mundial esteve muito mais para o sucesso do que para o fracasso. Sem deixar de lado preocupações com saúde, segurança ou com a própria vida política nacional, é possível ter uma visão otimista para aquilo que viveremos daqui a menos de três meses.
Ninguém ouviu de um Usain Bolt, de um Michael Phelps, do Novak Djokovic ou de qualquer outra estrela de primeira grandeza do esporte mundial algum temor, um recado negativo ou qualquer ameaça de não participar porque o Rio ou o Brasil não oferecem condições para sediar uma Olimpíada.
Vale a pena acreditar no Rio 2016 como algo espetacular e torcer para que ele contrarie na base do esporte e do olimpismo tudo aquilo que o Brasil e alguns brasileiros fazem o possível para desmerecer nossa imagem. Nossos problemas não estarão resolvidos com este evento, mas não custa nada tentar provar que sabemos o caminho para algumas soluções. Que o esporte nos conduza, no mínimo, para uma boa classificação na auto-estima, quem sabe uma medalha. Basta olhar as estrelas. Elas querem estar aqui. Algo de bom deve ter.
*ZHESPORTES
Opinião
Zé Alberto Andrade: conspiração olímpica
José Alberto Andrade
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