Nas orações, na imaginação, nos sonhos, não sentia o quanto seria maravilhoso ter este orgulho de subir no lugar mais alto do pódio olímpico, claro que as imagens que me vinham à cabeça eram de um grande entusiasmo, de festa e alegria. Imagina! Ser um campeão olímpico.
Paulão: a magia da Vila Olímpica
Não tínhamos ideia do que seria aquela conquista em Barcelona 1992, a grandeza desta conquista. Mas digo com muita alegria que colho estes louros nos olhares e sorrisos, fotos e autógrafos até hoje, e a pergunta mais linda de todas: como é subir no pódio olímpico? O que você sentiu? Respondo com imensa satisfação e repleto de lembranças, passo a passo aquele 9 de agosto, Dia dos Pais, que mudou minha vida. E deixou marcada a minha chegada à minha cidade Gravataí.
Era feriado, nunca tinha visto tantos amigos e pessoas querendo me ver, dar um oi, um abraço. Realmente foi de encher os olhos e a alma. Aquelas crianças que estavam nas mãos dos seus pais, cresceram e hoje me param com um sorriso estampado dizendo: estive na tua chegada e contei para meus filhos quem tu és: um campeão olímpico! Pois é, esta exclamação que com alegria pude compartilhar com o grande amigo e professor, Jader Denicol. Percorremos o Brasil realizando palestras e cursos! É, isto mesmo. Tornei-me um palestrante e muitas vezes para a alegria da dona Marlene, minha mãe, me chamam de professor! Eu não poderia deixar guardado em casa no armário de vidro uma medalha e uma história que me deu tanto orgulho. Era preciso dividir o aprendizado de trabalho em equipe, das vitórias e das derrotas, brigas e discussões, viagens intermináveis e apertadas, comidas um tanto diferentes, reuniões, treinos, jogos. Da rigidez e leveza do nosso (hoje, risos), querido técnico Zé Roberto Guimarães, do compartilhar com aquela equipe maravilhosa, de amigos. Bah, boas lembranças.
Paulão: aos mestres com carinho
Pois o Professor Jader me deu todos os conselhos que eu queria e precisava ouvir. Foram mais de cinco anos percorrendo o Rio Grande e o Brasil, falando da grande importância da educação pelo esporte. Não fomos garimpar medalhas de ouro, e sim dizer aos quatro cantos do Brasil a importância de trabalhar em equipe, do respeito, da dedicação, do foco, de acreditar e ter fé. E, acima de tudo que potência olímpica se faz nas escolas, com uma estrutura mínima para a prática esportiva, para as brincadeiras, para resgatar a alegria de fazer as aulas de educação física. Não apenas competir por resultados, mas brincar, compartilhar.
Nosso esporte tem muito ainda a nos ensinar, que venha a Olimpíada, mas também que venha e fique este espírito olímpico.
Seleção masculina de vôlei da Rússia está classificada para a Olimpíada
*ZHESPORTES
Histórica
Paulão: herança olímpica
Colunista relembra a conquista da seleção brasileira de vôlei na Olimpíada de Barcelona em 1992
Paulão
Enviar emailGZH faz parte do The Trust Project