O técnico Lionel Scaloni, da seleção argentina, manteve o tom diplomático que Dorival Júnior esboçou pela manhã para falar sobre o clássico contra o Brasil, pelas Eliminatórias da Copa. O clima da partida esquentou depois que Raphinha declarou que o jogo seria de "porrada". Scaloni ainda respondeu sobre racismo, em coletiva de imprensa, minimizando o tema.
O treinador lembrou da imagem de Neymar e Messi juntos na final da Copa América 2021. "Essa é a imagem que temos que ver todos. É uma partida de futebol. 90 minutos dentro do campo. Todos temos um conhecido ou amigo brasileiro. Não tem por que passar daí", defendeu.
"O tema racismo está fora totalmente da nossa cabeça. Não existe essa palavra. Esperamos que as pessoas que vão (ao jogo) vão para alentar a Argentina. É um tema que não tem de ter maior importância", declarou, argumentando que o futebol é mais importante.
A temática do racismo virou assunto chave na relação da CBF com a Conmebol, principalmente após o desabafo de Luighi, do Sub-20 do Palmeiras, que foi vítima de discriminação racial no Paraguai. A entidade brasileira bateu o pé em cobrança por uma punição.
Quando foi anunciada multa e jogos de portões fechados para o Sub-20 do Cerro Porteño, as únicas punições previstas pela Comebol, houve descontentamento. No dia 27, já após a Data Fifa, haverá uma reunião promovida pelo órgão sul-americano, com presença da CBF, para debater o racismo no continente.
No ofício que foi enviado pelos brasileiros, é dito que houve "omissão" por parte da Conmebol. Embaixadores dos governos dos países que fazem parte da confederação e representantes das associações nacionais de futebol foram convidados para participar do encontro.
Voltando a falar sobre a partida, Scaloni evitou comentar sobre a formação do adversário, confirmada por Dorival com seis mudanças. Ele também tratou como "normal" o valor que a partida tem para a Argentina. Apenas um empate já é suficiente para confirmar o time na Copa do Mundo 2026.
O time da Argentina deve ter a formação parecida com a que entrou diante do Uruguai. De Paul será novidade, provavelmente no lugar de Paredes. "Quando temos de sofrer, sofremos. Não nos dedicamos apenas a jogar bonito, há momentos nos quais deve ser superior ao rival e outros em que deve ser forte e se defender", projeta sobre a partida.
O Brasil é o terceiro colocado nas Eliminatórias, com 21 pontos, sete a menos que a líder Argentina. Se os argentinos empatarem nesta terça-feira, já garantirão a vaga no Mundial de 2026. A partida será no Monumental del Núñez, em Buenos Aires, às 21h (de Brasília).