Novak Djokovic pediu nesta segunda-feira (17) que as autoridades mundiais do tênis revisem o sistema antidoping, apontando "incoerências" no tratamento dado às estrelas Jannik Sinner e Iga Swiatek, e a jogadores de classificação inferior no ranking.
A Agência Mundial Antidoping (Wada) anunciou no sábado que chegou a um acordo com Sinner, número um do mundo, após um exame em março de 2024 que revelou traços de clostebol, um esteroide anabolizante. Esse acordo prevê uma suspensão de três meses para o italiano de 23 anos, três vezes campeão de Grand Slam, que corria o risco de sofrer uma suspensão de dois anos e poderá retornar às competições no final de maio, antes de Roland Garros.
Semanas atrás, a Wada decidiu não recorrer da suspensão de um mês imposta à segunda colocada no ranking feminino, a polonesa Iga Swiatek, após testar positivo para trimetazidina, um medicamento cardíaco proibido.
"A maioria dos jogadores com quem conversei no vestiário, não apenas nos últimos dias, mas também nos últimos meses, não está satisfeita com a maneira como todo o processo foi conduzido", disse Djokovic nesta segunda-feira em Doha, onde voltou a competir em uma partida de duplas após sua desistência nas semifinais do Aberto da Austrália, por lesão.
"A maioria dos jogadores não acha que é justo. A maioria dos jogadores acha que há favorecimento. Parece que você quase pode influenciar o resultado se for um jogador de ponta, se tiver acesso aos melhores advogados", acrescentou o sérvio, atualmente número 7 do mundo.
"Há muitas incoerências entre os casos", disse o detentor de 24 títulos de Grand Slam. "Este é o momento certo para realmente abordar o sistema, porque o sistema e a estrutura não funcionam para o antidoping, é óbvio", disse ele.
A Associação de Jogadores de Tênis Profissionais (PTPA), sindicato de tenistas cofundado pelo sérvio em 2021, já havia denunciado no X um "viés inaceitável" nas decisões das autoridades antidoping.
* AFP