Após ser eliminada nas quartas de final do US Open, pela tcheca Karolína Muchová, a tenista Bia Haddad Maia avaliou seu desempenho na partida e no torneio em uma entrevista ao SporTV. Na análise da ex-top 10 do ranking e atual número 21 do mundo, o aspecto mental pesou no confronto desta quarta-feira (4).
— Tudo vem da forma como a gente encara o momento. Uma questão de estado de espírito e tudo que a gente faz vem disso e reflete no saque, no movimento de pés. Eu diria que a minha condução comigo mesma, com meus fantasmas, como eu encarei o jogo, eu senti um pouco mesmo e o saque (baixo aproveitamento) foi consequência disso, da sementinha que eu plantei lá dentro (da cabeça) — avaliou.
Bia, que chegou às quartas de final do US Open pela primeira vez neste ano, lutava pela segunda semifinal de Grand Slam na carreira, após chegar a esta fase em Roland Garros em 2023.
— Mas eu jamais sairia de cabeça baixa da quadra, porque tenho muito orgulho do que venho fazendo, do meu time, e hoje (quarta-feira) a gente aprendeu e isso vai me deixar mais forte — disse a dona de três títulos no circuito da WTA.
No segundo set, logo após Muchová marcar 5-3, Bia pediu atendimento médico em quadra. Segundo ela, a ansiedade foi a causa de seu mal estar.
— Eu estava mais ansiosa e me senti mal. Chamei a fisioterapeuta para tentar me acalmar um pouco, faz parte. Tentei usar a regra (permite atendimento médico de até três minutos) para tentar terminar de uma forma melhor, mas não estava me sentindo bem.
Com a campanha em Nova York, Bia deve ganhar algumas posições e chegar ao 17º lugar no ranking mundial. Ela é a primeira jogadora brasileira a chegar às quartas do Aberto dos Estados Unidos desde 1968.
— Satisfeita eu não estou. Meu sorriso é de orgulho pessoal, da minha família, do meu time, de jogar numa quadra dessas (Arthur Ashe, com 20 mil lugares). Pra mim é muito gratificante jogar em grandes palcos. Eu tenho certeza que eu vou criar mais oportunidades e voltar nessa quadra e em outras, jogar com ela (Muchová) e outras jogadoras grandes. E vou continuar martelando e não sei quando a pedra vai quebrar, mas vou continuar tentando. E isso é motivo de orgulho. Na verdade a vida é muito maior e talvez eu tenha me pressionado e encarado de um forma diferente, mas eu fiz meu melhor e deixei tudo na quadra do jeito que estava me sentindo.
Bia Haddad ainda fez questão de agradecer o carinho do público brasileiro que a acompanha a cada torneio.
— Recebo muito carinho, muitos brasileiros na quadra. Dá pra sentir o carinho nos momentos bons e ruins. Vamos trabalhar para melhor o tênis brasileiro.