A maratonista ugandesa Rebecca Cheptegei faleceu nesta quinta-feira (5), quatro dias depois de ter sido queimada em casa por seu namorado. A atleta de 33 anos, que disputou a maratona nos Jogos Olímpicos de Paris em agosto (terminou na 44ª posição), morreu por volta das 5h30min locais (23h30min no horário de Brasília), anunciou Kimani Mbugua, médico que dirige a UTI do Moi Teaching and Referral Hospital (MTRH) na cidade de Eldoret.
— Os ferimentos cobriam a maior parte de seu corpo. Isso levou à falência de múltiplos órgãos. Fizemos o nosso melhor, mas não tivemos sucesso. Considerando a idade e as queimaduras em mais de 80% do corpo que ela sofreu, a esperança de recuperação era pequena — acrescentou
Segundo um boletim policial consultado pela agência AFP, o suspeito, identificado como Dickson Ndiema Marangach, invadiu no domingo (1) a propriedade de Rebecca Cheptegei, quando ela estava na igreja com as filhas.
A atleta vivia com sua irmã e as duas filhas em uma casa construída na localidade de Endebess, a 25 quilômetros da fronteira com Uganda, informou seu pai, Joseph Cheptegei.
Quando retornaram da igreja, o suspeito jogou gasolina no corpo da atleta e ateou fogo na frente das filhas, de 9 e 11 anos, segundo o jornal The Standard. O boletim policial apresenta Rebecca Cheptegei e Dickson Ndiema Marangach como "um casal que constantemente tinha discussões familiares".
Segundo o pai de Rebecca Cheptegei, o ataque contra a filha começou por uma disputa sobre um terreno que havia comprado.
Nos últimos anos, o atletismo no Quênia foi marcado por casos semelhantes.
Em abril de 2022, a atleta nascida no Quênia Damaris Mutua foi encontrada morta em Iten, um polo mundialmente conhecido no mundo do atletismo que fica no Vale do Rift. Suspeita-se que seu companheiro a tenha matado.
Em outubro de 2021, a atleta queniana Agnes Tirop, de 25 anos, medalhista de bronze nos 10.000m nos Mundiais de 2017 e 2019 e quarta colocada nos 5.000m nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, morreu depois de ter sido esfaqueada em sua casa em Iten. Seu marido Emmanuel Ibrahim Rotich está sendo processado pelo assassinato. Ele nega as acusações.