O verde abraçará o azul e o vermelho a partir das 17h30min de sábado. No gramado do Couto Pereira, em Curitiba, será disputado o Gre-Nal 442, o primeiro a cruzar a fronteira do Mampituba em 114 anos de clássico — e que reunirá mais de 26 mil gremistas e colorados.
O palco passou na sexta-feira (21) por um processo de preparação meticuloso. O som de batidas e da conversa dos funcionários trabalhando na instalação das placas de publicidade indicava que o dia não era normal. Existia pressa para atender a todas as demandas, mas sem descuidar dos detalhes. Será na beira do gramado onde Renato e Coudet estarão posicionados, orientando suas equipes, que o trabalho mais importante do dia ganhava corpo.
O gramado, um dos protagonistas e tantas vezes criticado pelos técnicos, recebeu na manhã de sexta os últimos ajustes para estar pronto para que a bola role tranquilamente. Sob a responsabilidade de Tiago Ratzke, 35 anos, e Matheus Gabriel, 24, passava pelos momentos finais da primeira de uma sequência de três cortes quando a reportagem entrou no estádio.
— O Renato me disse uma vez que o Grêmio treinou aqui. Falou que esse é um dos melhores gramados do Brasil. É um amor que criamos. Dá orgulho de ver os caras jogarem o Gre-Nal aqui. Eu que deixei bonitinho – comenta Tiago.
Presentes em todos os jogos no estádio, caso seja necessário algum reparo ou ajuste de última hora, a dupla conheceu de perto o barulho e a atmosfera criada pela torcida do Grêmio nos jogos da Libertadores. A expectativa, agora, é ver como será a contrapartida dos 2 mil colorados que ocuparão a área reservada a eles.
— Foi um impacto diferente. Vimos uma torcida de fora pra apoiar. Eles fizeram muito barulho — disse Matheus.
O gramado ainda terá uma nova rodada de trabalho neste sábado. O processo é demorado. Durante a manhã, mais dois cortes e a pintura do campo estão programados. Só assim para garantir que apenas 21 milímetros separem a bola do campo. Um piso pronto para receber o clássico gaúcho. Um confronto que reunirá em lados opostos rivais em busca de dias melhores no Brasileirão, com uma lição aprendida por Tiago com Fransergio, meia do Coritiba conhecedor da rivalidade local e que compartilhou com os guardiões do gramado do Couto Pereira.
— Clássico não se joga, se ganha.