O Brasileirão está, oficialmente, de volta. E como esperado, a posição da CBF se impôs no encontro realizado na tarde de segunda-feira (27) entre os 20 clubes da competição. Como a entidade defendia, a competição terminará no dia 8 de dezembro. Desta forma o calendário do próximo ano não sofrerá impactos.
A vontade da CBF também foi referendada sobre a questão do cancelamento do rebaixamento. O presidente Ednaldo Rodrigues se manifestou publicamente mais de uma vez defendendo que o campeonato deveria manter o regulamento inalterado neste quesito.
Os dois pleitos feitos pelos clubes gaúchos também acabaram sendo votados. E aprovados, mas com forte possibilidade de não ter efeito prático. O que foi posto em votação, e aceito por unanimidade, foi a flexibilização do regulamento da competição. Agora as equipes gaúchas podem mandar jogos fora de suas praças, como também propor a inversão de mando de campo ou que as duas partidas previstas de ida e volta sejam disputadas em campo neutro.
— Tive a oportunidade de manifestar que o equilíbrio técnico da competição está prejudicado. Para minimizar esse desequilíbrio, fizemos duas propostas. A primeira delas era inverter o máximo de mando de campos para jogarmos nos nossos estádios quando for possível. E a segunda seria jogar com clubes que concordassem em campos neutros. Isso minimizaria o desequilíbrio técnico da competição — explicou Alberto Guerra, presidente do Grêmio.
Os mandos de jogos do primeiro turno das equipes gaúchas, se o adversário concordar, poderão ser invertidos. Desta forma será possível que Beira-Rio e Arena ainda sejam utilizados eventualmente pela dupla Gre-Nal na competição.
— Foi a solução possível dentro do calendário brasileiro. Uma solução consensual de recuperar as rodadas dentro das datas Fifa. Solicitação de apoio institucional da CBF junto ao governo e dos custos operacionais que os clubes estão tendo — afirmou Alessandro Barcellos, presidente do Inter.
Guerra confirmou na saída do Conselho Técnico que o clube tem uma proposta para mandar o Gre-Nal no Maracanã. A partida deve ocorrer entre os dias 22 e 23 de junho. Isso se o Inter aceitar disputar o clássico do segundo turno em campo neutro, como seria a partida no Rio de Janeiro. E os movimentos da direção colorada indicam o desejo de trazer o jogo do segundo turno para o Beira-Rio.
— Tem uma proposta para isso. Estamos analisando — disse o presidente gremista.
O problema é que para que as duas decisões tomadas na reunião tenham efeito, é necessário que os adversários aceitem a proposta das equipes gaúchas. Conforme apurado por GZH, alguns clubes já manifestaram durante o Conselho Técnico que não aceitarão.
Um encontro pela manhã entre Grêmio, Inter, Juventude e Federação Gaúcha de Futebol (FGF) com representante da CBF terminou com a promessa de que os clubes gaúchos, times masculinos e femininos, receberão ajuda financeira para cobrir as despesas extras causadas pela mudança forçada por causa da situação de calamidade no Rio Grande do Sul. As competições organizadas pela FGF também devem receber recursos para garantir a manutenção do calendário local.
