A França pediu, nesta sexta-feira (4), a suas empresas que deem prova de "patriotismo" ante as tarifas maciças anunciadas pelo presidente americano, Donald Trump.
"Apelamos ao patriotismo", disse o ministro da Economia, Éric Lombard, à rádio RMC. "Se uma grande empresa francesa aceitar abrir uma planta nos Estados Unidos, estaria dando um ponto aos americanos" na negociação, acrescentou.
O presidente dos Estados Unidos assinou na quarta-feira um decreto para lançar uma tarifa aduaneira mínima de 10% para todas as importações que chegam ao país, e de 20% para os produtos oriundos da União Europeia.
As empresas francesas estão bem implantadas nos Estados Unidos, onde a França era o terceiro maior investidor europeu e o quinto investidor estrangeiro em 2023.
Segundo números fornecidos à AFP pela Câmara de Comércio Americana na França (AmCham), mais de 4.200 filiais de empresas francesas operam atualmente no país.
O presidente francês, Emmanuel Macron, pediu na quinta-feira a essas empresas que suspendam todos seus projetos de investimento nos EUA até que o anúncio de seu contraparte americano se "esclareça".
"Temos todos os meios para negociar (...) para o obter o desarmamento [das medidas anunciadas] o quanto antes. O diálogo está em curso", assegurou Lombard, que prometeu um "acompanhamento" das empresas para enfrentar as consequências.
Os Estados Unidos eram em 2023 o quarto mercado de exportação da França, após a Alemanha, Itália e Bélgica, segundo a alfândega francesa. Entre os setores franceses mais expostos às tarifas estão o aeronáutico, o de luxo, os vinhos e o conhaque.
* AFP