Estudante do segundo ano do ensino médio do Colégio Farroupilha, em Porto Alegre, Gustavo Garbaski, 17 anos, enfrenta uma fase decisiva para atletas que buscam a profissionalização na adolescência. Em épocas de prova na escola é preciso diminuir o ritmo de treinos para focar nos estudos, ainda que consiga manter o alto desempenho também dentro das quadras. Ele chega como número 1 do ranking gaúcho para a Sul Special Cup, em Viamão, disputando 200 pontos no circuito mundial entre a última sexta-feira (25) e o domingo.
— É preciso dividir bem os horários entre treino e estudo — ressalta o jogador, momentos antes de entrar nas quadras do Vila Ventura Eco Resort para fazer seus rituais preparatórios para a competição.
Os primeiros passos na areia são acompanhados por movimentos para soltar a musculatura, seguido de algumas raquetadas despretensiosas para entender para onde sopra o vento e em qual intensidade. O foco da estrutura motora do garoto encontra um pensamento alinhado nos jogos que vai enfrentar na sequência, mentalizando quem serão os adversários e quais os fundamentos mais importantes a serem usados no duelo. Quando tem transmissão de imagens ao vivo, como será o caso do torneio em Viamão, com cobertura de GZH, outro componente participa desta equação na cabeça do atleta juvenil.
— A pressão cresce, é claro, mas durante o jogo conseguimos superar e focar dentro da quadra — garante.
Ainda em novembro, ele e a equipe sub-18 da Seleção Brasileira conquistaram a quinta colocação no campeonato mundial da modalidade realizado no Rio de Janeiro. Enfrentaram franceses, italianos e outras duplas promissoras. O desafio é ainda maior na Sul Special Cup, em Viamão, onde se reunirão os melhores do mundo em todas as idades. No entanto, a rivalidade fica de lado quando o objetivo principal é a diversão e o desenvolvimento do esporte.
— Natan Port, Vini Font, Alex Mingozi e outros esportistas experientes foram fundamentais nessa minha caminhada em busca da profissionalização, além dos meus pais, claro — ele menciona.
Tenista de quadra desde os quatro anos de idade, descobriu o Beach Tennis por convite da mãe após uma derrota num torneio, aos 15, em 2019. De lá para cá, o pai Fernando Garbarski, 53, foi a primeira dupla no ranking amador, virou treinador quando Gustavo decidiu apostar na profissionalização, e tem um papel importante neste início de carreira do prodígio.
— A preparação inclui alimentação reforçada e muito descanso na véspera. Além disso temos uma tradição de um jantar na noite anterior, que tem funcionado — comenta, supersticioso e bem humorado:
— Comemos sempre um "prato da sorte", que é massa com molho quatro queijos, e tem funcionado.
De ascensão fulminante nas areias em torneios no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo — quando as férias de verão dão mais tempo para viajar sem perder aulas —, Garbaski espera concluir os estudos no Ensino Médio e cursar graduação. Entre as opções consideradas por ele estão Engenharia de Produção ou Economia. Ambas devem seguir dividindo a rotina dele com a bolinha e as raquetes.
— Desde criança fui muito competitivo, e isso segue no Beach Tennis. Acredito que essa competitividade me ajude a desenvolver outros aspectos da vida pessoal e profissional também — comenta.
Gu Garbaski e outros 200 profissionais ranqueados disputarão a Sul Special Cup em Viamão, entre a última sexta-feira (25) e o domingo (27), com 15 mil dólares e 200 pontos no ranking mundial. GZH transmite o torneio ao vivo com imagens no Youtube.